Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Reis, Maria Clareth Gonçalves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/32701
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Resumo: |
Esta tese tem como objetivo principal compreender processos de construção de identidades raciais de professoras negras atuantes no ensino superior. Como objetivos específicos, busquei perceber como processos de construção de identidades raciais, de gênero e de classe são vivenciados pelas professoras e; entender as suas percepções em relação à negritude e às classes sociais nas quais se enquadram. Para isto, utilizei a abordagem qualitativa, optando pelo uso da história oral, por compreender que este método melhor atende aos objetivos propostos. Na produção dos dados, utilizei entrevistas de histórias de vida, considerando as trajetórias das professoras. A escolha das entrevistadas foi guiada por critérios qualitativos, enfatizando o significado das suas experiências individuais e coletivas. Realizei cinco entrevistas, de acordo com o perfil previamente estabelecido, ou seja, que fossem professoras do ensino superior e que se autodeclarassem negras. A escolha do número de entrevistas foi igualmente orientada por critérios qualitativos, considerando a opção pela história oral. O estudo foi dividido em quatro capítulos. No primeiro, apresento os estímulos, os desafios e as aspirações que me levaram à discussão da temática, a contextualização do estudo e as opções metodológicas. No segundo, focalizo processos de construção de identidades negras inter- relacionados com as identidades de gênero, além da discussão conceitual de gênero, estigma, estereótipo, raça, racismo etc. No terceiro capítulo, apresento o racismo vivido pelas professoras no ambiente escolar e familiar, as suas percepções relacionadas ao otimismo pedagógico e as referências que interferiram na constituição de suas identidades raciais, de gênero e de classe. No último capítulo, enfatizo o inter-relacionamento entre as identidades discutidas; as tensões acerca da classe média negra; as desigualdades da população negra no acesso e na permanência no ensino superior; os cursos em que estão as mulheres negras; o envolvimento das entrevistadas com a discussão racial na docência. Finalmente, apresento ambigüidades e conflitos relacionados à construção das identidades negras vividos pelas professoras, que se repetem em suas famílias. Ambas apontaram a importância das lembranças, do resgate das histórias dos antepassados na construção identitária dos/as filhos/as. Percebi, neste estudo, que a dicotomia raça e classe ainda precisa ser debatida, pois muitos/as continuam afirmando que o problema da população negra se reduz à questão de classe e outros/as à questão de raça. As entrevistadas demonstraram que, muitas vezes, a condição racial se sobrepõe à condição de classe, pois as discriminações apontadas dificultam as ascensões sociais, econômicas e culturais das mulheres negras e, quando estas ascendem, são percebidas como se estivessem “fora do lugar”. |