A avaliação da leitura e da escrita no cotidiano de escolas públicas no Brasil e na França : Quais são as escolhas das professoras em turmas de alfabetização/ Como avaliam seus alunos?
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Educacao |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48465 |
Resumo: | A avaliação da aprendizagem faz parte das ações tecidas no cotidiano, e dentro de um paradigma mais formativo pressupõe uma prática avaliativa em que a sistematização e a reorientação do ensino são imprescindíveis. Com isso, realizamos uma pesquisa na perspectiva qualitativa, desenvolvida a partir de dois estudos de caso. De maneira geral, buscamos investigar a prática avaliativa de duas professoras, sendo uma atuante no 2° ano no ciclo de alfabetização no Brasil, no município de Garanhuns (PE), e uma pertencente à turma CP (cours préparatoire) atuante no sistema educativo de Lyon, na França, turma correspondente à etapa da alfabetização no Brasil. Nesses contextos, buscamos compreender as relações que se estabeleceram entre a prática de ensino e as avaliações de leitura e escrita desenvolvidas pelas educadoras. O trabalho se desenvolveu nos anos letivos de 2019 no Brasil e de 2021-2022, na França. O processo de coleta de dados foi ancorado por meio de observações, entrevistas e minientrevistas que subsidiaram o nosso olhar para a prática avaliativa docente e nos permitiram a criação de conteúdos investigados com base na análise do conteúdo de Bardin (2011). Para a análise das práticas avaliativas utilizamos, sobretudo, os princípios teóricos de Hoffmann (2018), Esteban (2008) Perrenoud (1999) e Luckesi (2011). Os resultados revelaram que a professora brasileira utilizava métodos e instrumentos de avaliação baseados nos programas e no projeto voltados para a alfabetização que o município adotou (Educar pra valer, Criança alfabetizada e Aprova Brasil). As práticas avaliativas diárias tomavam contorno a partir dos materiais dos programas e do projeto, e não do processo de criação da docente, o que limitava a criação de um trabalho mais ajustado aos alunos. Observamos que a metodologia avaliativa da educadora tinha um direcionamento forte para a leitura e, ao final do ano, quatro alunos foram retidos por não alcançarem os conhecimentos básicos nessa prática. Além disso, havia a verificação e as orientações por parte do programa “Educar pra valer” sobre a velocidade com que as crianças deveriam ler. No contexto francês, a prática avaliativa seguia pressupostos mais formativos. Contudo, a maneira como a leitura era avaliada, enfatizando a fluência e a velocidade com que se lia, ao cronometrar o tempo de execução dessa prática, indicava uma proposta avaliativa de mensuração da habilidade, e não uma investigação acerca de um conhecimento, reduzindo o olhar sobre a ação da leitura. Na escrita, muitas vezes a cópia verificada nos dois contextos servia como instrumento de avaliação para verificar se as crianças eram capazes de escrever de acordo com o modelo, o que reduzia o princípio discursivo da linguagem na produção textual. Concluiu-se que algumas práticas avaliativas desenvolvidas pelas educadoras afastavam as crianças das práticas sociais de leitura e escrita por enfatizarem habilidades voltadas para a decodificação e a codificação, enaltecendo a apreensão de um código linguístico e não a construção de um sistema de escrita alfabética. |