Qualidade de vida de trabalhadores rurais de comunidades assistidas pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) no município de Vitória de Santo Antão-PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Ferreira de Siqueira, Danielle
Orientador(a): Marinho de Moura, Romero
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9209
Resumo: A utilização de agrotóxicos no meio rural brasileiro tem trazido conseqüências negativas para o ambiente, para a saúde do trabalhador rural e para a sociedade em geral. Devido a esse fato, procurou-se, inicialmente, conhecer a percepção da qualidade de vida de trabalhadores rurais do município de Vitória de Santo Antão, PE, e descrever o perfil ocupacional desses trabalhadores quanto à manipulação e aplicação de agrotóxicos. A pesquisa, que foi do tipo transversal descritiva, realizou-se em comunidades rurais assistidas pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Foi analisada uma amostra composta por 344 trabalhadores rurais que foram entrevistados respondendo ao questionário sobre dados pessoais e ocupacionais e ao instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde, o WHOQOL-bref. A amostra foi dividida em dois grupos; um formado por trabalhadores que não aplicavam agrotóxicos (G1) e o outro que aplicava (G2). Os resultados revelaram a percepção de qualidade de vida pelos trabalhadores rurais nos âmbitos físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente, pelos dois grupos. Foram obtidos nos domínios ligados à saúde física e ao meio ambiente os piores escores, tanto no grupo G1 quanto no G2. Foi evidenciado também que os trabalhadores rurais do município estudado tinham, em sua maioria, baixo grau de escolaridade, utilizavam agrotóxicos de alta toxicidade sem orientação de técnicos especialistas, não utilizavam equipamentos de proteção individual e não obedeciam a Lei de reciclagem de embalagem de agrotóxicos. Ficou evidente a exposição permanente e nociva dos trabalhadores aos agrotóxicos e uma também permanente contaminação ambiental. A taxa de trabalhadores que não obedeciam ao período residual ou de carência indicou um provável alto nível de resíduos desses produtos nas hortaliças produzidas e comercializadas no município. Não se pôde inferir a existência de relação entre utilização de agrotóxicos e qualidade de vida dos entrevistados, pois as queixas apresentadas pelos entrevistados foram as mesmas nos dois grupos, algumas das quais mais freqüentes entre os que não aplicavam agrotóxicos. Pelo observado, destacou-se a necessidade de medidas urgentes e disciplinadoras quanto ao uso dos agrotóxicos no município de Vitória de Santo Antão, visando à proteção dos trabalhadores rurais e dos consumidores de hortaliças. Foram sugeridos mais estudos direcionados ao tema, a fim de se obter mais subsídios para ações de proteção à saúde do trabalhador, ao ambiente e aos consumidores de hortaliças produzidas em Vitória de Santo Antão