Poder Nacional e produção do espaço na Amazônia : o 5º pelotão especial de fronteira : vetor estatal e suas funcionalidades na Cabeça do Cachorro.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: AMADOR, Maria Betânia Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6378
Resumo: A pesquisa destaca que, historicamente, o Brasil não sabe aproveitar seu extenso território. São mais de 183.000.000 de habitantes distribuídos por, aproximadamente, 8.500.000 km2. É uma histórica distribuição desigual. Fruto da ação indutora (errada) do Estado, a população encontra-se localizada na faixa litorânea. O interior do território e, mais precisamente, a Amazônia tem ficado à margem dos sucessivos processos de integração. E a chave para entender o início desse processo está lá no Renascimento e no sucessivo processo de expansão comercial europeu, fato que culminou no descobrimento do Novo Mundo , quando uma nova sociedade era formada no continente americano, mesclada por modos, valores e hábitos ibéricos e nativos, inicialmente, e posteriormente, sendo adicionados também elementos da cultura negra. Uma sociedade se fez no território que hoje é conhecido como Brasil. Um País que ainda não pode ser caracterizado como uma Nação, em seu sentido mais amplo. Um território que viu o Estado nascer antes da Nação. A pesquisa aponta que a falta de planejamento pode ser um dos fatores que indicam um Estado sem Nação. A base territorial que o País dispõe foi conquistada durante as poucas fases de planejamento. Na Amazônia, espaço não-integrado, a questão ganha mais dramaticidade. Com o advento da globalização, os espaços a ser inseridos na dita economia-mundo seguem uma cartilha pré-determinadas pelos centros do poder mundial. No entanto, nesta região, um ator tem estado presente mais que os demais: as Forças Armadas. No município de São Gabriel da Cachoeira/AM, também, conhecido como Cabeça do Cachorro , o Exército Brasileiro, representado pela Brigada Ararigbóia e Batalhão Forte São Gabriel, materializa uma das parcas presenças do Estado nacional. Porém, ainda mais destacados da sede do município de São Gabriel da Cachoeira, distante 850 km de Manaus, estão os Pelotões Especiais de Fronteira (PEF). Na comunidade de Maturacá, sopé do Pico da Neblina, e distante 100 km da cidade está localizado o 5º PEF, com uma população aproximada de 100 indivíduos. A proximidade da fronteira com a Venezuela e Colômbia torna a escala continental um possível campo de futuras pesquisas. No entorno do PEF, gravitam duas aldeias indígenas, com 900 indivíduos, aproximadamente. É nessa problemática relacional, (indígenas, militares, globalização, Estado, dentre outros atores) que a pesquisa analisa como o poder nacional tem agido para produzir seu espaço de atuação, tendo no poder um elemento que impregna as diversas relações que acontecem. Outro elemento presente nas análises é o atual processo de globalização, que se faz presente por intermédios dos ditos vetores da pós-modernidade. Para a análise são utilizados alguns dos conceitos básicos da Geografia, como espaço, território, região e lugar. A pesquisa lançamão de extenso levantamento bibliográfico, assim como de uma pesquisa de campo elaborada por intermédio de entrevistas e questionários. Conclui que o Estado ainda detém o poder para modificar o espaço sob seu domínio. Não obstante, no caso do Brasil, essa organização não soube utilizar o planejamento para a total integração do território, antes, tal fato (o território) tem sido encarado como um legado dos antecessores. O histórico da formação do Estadonação traduz, igualmente, o descaso com que a sociedade, em geral, e a classe dirigente, em particular, associam a Amazônia ao Brasil. As Forças Armadas ainda é a única instituição que se faz presente na região, o que, de modo algum, resolve os diversos conflitos territoriais