Avaliação da associação das citocinas, do polimorfismo da interleucina 6 e da carga proviral com a mielopatia, a dor e a capacidade funcional em pacientes infectados pelo vírus linfotrópico células T humanas tipo I

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: FERREIRA, Ana Patrícia Bastos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46554
Resumo: Aproximadamente 4% das pessoas com Vírus T-Linfotrópico Humano Tipo 1 (HTLV- 1) irão desenvolver a Paraparesia Espástica Tropical/Mielopatia Associada ao HTLV-1 (PET/MAH). A PET/MAH causa perda progressiva da capacidade de locomoção, do controle urinário e da função sexual, além de níveis elevados de dor em geral. Este conjunto de fatores influencia negativamente na independência funcional e na qualidade de vida dos pacientes. Fatores virais, polimorfismos genéticos, carga proviral e a resposta imune do hospedeiro são determinantes para o desenvolvimento da mielopatia. Esta pesquisa buscou verificar a existência da associação das características sociodemográficas e clínicas, das citocinas, da carga proviral, do polimorfismo da interleucina 6 com a mielopatia, a dor e a dependência funcional em pacientes com HTLV-1. Também foi verificada a existência da associação das características sociodemográficas e clínicas com a lombalgia. Foi realizado um estudo transversal, com pacientes de ambos os sexos atendidos ambulatoriamente. Foram utilizados na avaliação um formulário semiestruturado, a Medida de independência funcional, a Escala de incapacidade motora de Osame (OMDS), Escala visual numérica para dor, Questionário de dor McGill e Questionário de dor neuropática. A genotipagem da IL-6 (rs2069849) e a quantificação da carga proviral foram realizadas por reação em cadeia da polimerase em tempo real. Os níveis das citocinas foram mensurados no plasma por citometria de fluxo. Foram incluídos 165 pacientes, 71,5% eram mulheres, média etária de 52±13,1 anos, 23% eram dependentes funcionais, 20,6% tinham mielopatia, e boa mobilidade (OMDS=1). A frequência de dor geral foi de 78,7%, sendo do tipo crônica em 68% dos pacientes. A mediana da carga proviral foi de 831,4 x104 copias (132,9 – 12159) e 81,7% tinham genótipo CC da IL-6. A dependência funcional foi associada com a mielopatia (p=0,023; IC95% 1,1-6,3), maior tempo de diagnóstico de HTLV-1 (p=0,042; IC95% 1,0-5,5), com a frequência de dor (p=0,016; IC95% 1,2-6,2) (regressão logística). A dependência funcional também associada com altos níveis séricos de IL-6 (p=0,024; IC95% 1,02-1,28), IL-8 (p=0,009; IC95% 1,03-1,20) e baixos níveis de IL-10 (p=0,015; IC95% 0,79-0,98) (regressão logística). A dor crônica foi mais frequente em mulheres (p=0,005; IC95% 1,4-7,1), com baixa escolaridade (p=0,003; IC95% 1,5-7,0), com maior tempo de diagnóstico de HTLV-1 (p=0,001; IC95% 1,7-8,0), e depressão (p<0,001; IC95% 2,3- 17,6) (regressão logística). A lombalgia do tipo neuropática foi associada com a mielopatia (p=0,031; IC95% 1,1-11,7). A mielopatia foi associada altos níveis de IL-6 (p=0,024; IC95% 1,02-1,23) e IL-8 (p=0,025; IC95% 1,01-1,17) (regressão logística). O polimorfismo da IL-6 e a carga proviral não foram associados a mielopatia, a dependência funcional ou a dor crônica. As citocinas, a carga proviral e o polimorfismo da IL-6 não foram associados com a intensidade ou a frequência de dor. Em conclusão, a dor crônica é frequente e está associada a um maior tempo com HTLV-1 e com uma maior incapacidade. A incapacidade está associada com a mielopatia, com maior tempo diagnostico, com a frequência de dor e com altos níveis de citocinas. A IL-6 e IL-8 estão associadas à mielopatia e à dependência funcional, enquanto a IL- 10 mostrou efeito protetor sobre a capacidade funcional.