Candidemia em unidade de terapia intensiva : estudo epidemiológico multicêntrico associado ao perfil fenotípico e genotípico dos fatores de virulência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: BARBOSA, Rodrigo Niskier Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35389
Resumo: O desenvolvimento e a gravidade da candidemia observada em pacientes hospitalizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) normalmente estão associados as condições clínicas dos pacientes e a virulência das espécies de Candida. Entretanto, alguns pacientes não desenvolvem tal infecção, mesmo com uma combinação de vários fatores de risco. Atribui-se papel importante para polimorfismos em genes com função imunológica, tais como o receptor Toll Like-1 (TLR1). O objetivo deste trabalho foi verificar a distribuição das espécies de Candida como agentes etiológicos de infecções fúngicas na corrente sanguínea de pacientes em UTIs de hospitais públicos de Pernambuco e da Paraíba, entre os anos de 2015 e 2017, a capacidade de adesão celular in vitro e a possível associação da infecção com o polimorfismo rs5743611. As leveduras foram identificados por automação e pela técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). O fenótipo de virulência foi verificado a partir de ensaio in vitro de adesão às células epiteliais. A distribuição do polimorfismo rs5743611 foi determinada a partir de PCR seguida de ensaios com enzima de restrição. Foram obtidas 74 amostras para espécies do gênero Candida. Informações clínicas de 80 pacientes com cultura não obtida constituíram o grupo controle. Foi evidenciada Candida albicans em 31 amostras (41,89%), C. tropicalis em 26 (35,14%), C. paraspsilosis em 11 (14,86%) e C. glabrata em seis (8,11%). Houve diferença significante em relação ao uso de imunossupressores (p = 0,0008), neutropenia (p < 0,0001), uso prévio de antibacteriano (p < 0,0001), tempo de permanência na UTI superior a 14 dias (p = 0,001), uso de cateter venoso central (p < 0,0001), nutrição parenteral (p < 0,0001) e ventilação mecânica (p < 0,0001). O maior percentual de isolados com forte capacidade de aderência foi verificado para C. albicans. Todos os isolados de C. glabrata foram caracterizados com fraca capacidade de aderência. A distribuição dos genótipos do polimorfismo rs5743611 não apresentou diferença estatisticamente significante entre os grupos (p = 0,3594). Os dados encontrados mostram que espécies de Candida não-albicans apresentam-se como importantes agentes etiológicos de candidemia. A diferença na virulência das espécies isoladas não foi significativa nas amostras analisadas. Os resultados deste trabalho sugerem, ainda, um papel secundário do polimorfismo rs5743611 na susceptibilidade a candidemia.