Contação de histórias no ensino superior : o florescer de conhecimentos sobre a primeira infância sob a luz de Vygotsky

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: BARROS, Mirelly da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46890
Resumo: Intervenções direcionadas à infância constituem uma forma de melhorar a qualidade de vida, saúde e integração social. A partir dessa compreensão, há a necessidade de ações de formação profissional direcionadas a fomentar conhecimentos interprofissionais, voltados à promoção da saúde da criança. A contação de histórias, enquanto ferramenta de ensino-aprendizagem no ensino superior e estratégia de comunicação e aproximação com o público infantil, pode conduzir à construção de conhecimentos significativos, críticos e cocriativos para o planejamento de ações resolutivas em contextos e situações que impactam a infância e novos significados para ações e papeis profissionais. O presente estudo teve por objetivo analisar as potencialidades da contação de histórias em um processo de ensino-aprendizagem interprofissional sobre primeira infância, com estudantes de graduação. Estudo de caso, único, de caráter avaliativo, construído a partir da abordagem qualitativa. Os dados foram coproduzidos a partir de uma proposta formativa, interprofissional, em formato híbrido, com 11 estudantes de graduação de diferentes cursos da Universidade Federal de Pernambuco, no campus Recife. Na primeira etapa, foram investigados os conhecimentos prévios dos participantes sobre primeira infância e contação de histórias, além de motivações. Na segunda etapa, os estudantes tiveram contato com a temática da primeira infância, por meio da contação de histórias e metodologias participativas. Na terceira etapa, os estudantes foram divididos em grupos para criação de soluções, a partir da contação de histórias, subsidiados pelas fases do design thinking. Nessa etapa, foram realizadas visitas práticas a contextos de atuação com crianças (bibliotecas comunitárias, emergência pediátrica e enfermaria pediátrica). Os instrumentos de coleta de dados foram formulários online autopreenchidos, narrativas e produções ao longo dos encontros, além de um grupo focal avaliativo, ao final. A análise de dados foi realizada conforme etapas de codificação descritiva, codificação analítica e categorização de Gibbs. Os resultados subsidiaram três categorias, articuladas ao referencial teórico de Vygotsky. A categoria I aborda os “Interesses iniciais dos graduandos sobre a primeira infância e contação de histórias”, considerando conhecimentos prévios e percepções sobre fatores que influenciaram a tomada de decisão/motivação para participarem do processo formativo. Na categoria II, intitulada “Contação de histórias no processo de ensino-aprendizagem sobre primeira infância: conhecimentos e sentimentos novos”, os estudantes conseguiram refletir e aprender sobre temáticas como desenvolvimento infantil durante a primeira infância, parentalidade, afetividade, o lúdico no contexto da infância e a comunicação com crianças. Na categoria III, intitulada “Aplicação interprofissional de intervenções mediadas pela contação de histórias para primeira infância em diferentes contextos”, foram evidenciadas compreensões quanto ao trabalho em equipe interprofissional e a experiência de articulação profissional. Por sua versatilidade, a contação de histórias favoreceu a exploração de diferentes aspectos que envolvem a temática da primeira infância, ampliando a compreensão de conceitos, o pensamento crítico e reflexivo, assim como, o próprio ambiente organizacional, além da sociointeração de estudantes em uma perspectiva interprofissional, gerando novas percepções sobre o trabalho em equipe e atuação direta com crianças e famílias em diferentes cenários. A contação de histórias permitiu a aprendizagem sensível, agregando aspectos estéticos e emocionais no contexto pedagógico, além dos aspectos colaborativos e interprofissionais no cuidado à criança/família. O presente estudo direciona para a necessidade de realização de estudos futuros, no que se refere ao uso e a aplicabilidade da contação de histórias em outros contextos, formativos e de cuidado no ensino superior.