Adesão ao tratamento antirretroviral de pacientes que vivem com HIV/AIDS : um estudo de tendência temporal no município de Olinda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: MARQUES, Maria Clara Vieira
Orientador(a): CALDAS JUNIOR, Arnaldo de França
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Gestao e Economia da Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46633
Resumo: Desde o início da epidemia de Aids, 34,7 milhões de pessoas já morreram com a doença no mundo. No Brasil, em 2020, foram registrados 10.417 óbitos pela causa básica Aids. O município de Olinda tem apresentado coeficiente bruto de mortalidade por Aids superior ao do Estado de Pernambuco. A adesão à terapia antirretroviral (TARV) configura-se num dos maiores desafios no tratamento de pessoas que vivem com HIV/Aids (Pvhiv). O objetivo deste trabalho é analisar a adesão ao tratamento antirretroviral de pacientes que vivem com HIV/Aids atendidos em um serviço de referência no município de Olinda. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, de série temporal, que utilizou dados secundários de 700 usuários, a partir dos registros de dispensação dos antirretrovirais (ARV) da farmácia, entre os anos de 2016 a 2020. Foram obtidas as dispensações mensais de cada paciente, esquemas terapêuticos, número de comprimidos dispensados e tempo de tratamento. Comparou-se a média de dias de atraso na retirada dos ARV de cada paciente com a média de dias de atraso de cada ano. A adesão foi categorizada em adesão suficiente, quando a média de dias de atraso do paciente foi menor que a média anual de dias de atraso, e adesão insuficiente, quando a média de dias de atraso do paciente foi maior que a média anual de dias de atraso. Foi utilizado regressão logística para dados em painel para descrever a relação entre a variável que representa a adesão à TARV e as variáveis explicativas. Predominaram indivíduos do sexo masculino (72,8%), idade média de 36,7 anos, pardos (78,9%), com 12 ou mais anos de escolaridade (31%), residentes de Olinda (92,7%). A taxa média de adesão suficiente encontrada neste estudo foi de 67,7%. Houve uma diminuição da adesão suficiente do ano de 2019 para 2020, o que pode estar relacionado com a pandemia de Covid-19. As variáveis que apresentaram correlação com a adesão suficiente foram as variáveis tempo de tratamento (em dias), esquema inicial preferencial (EIP), esquema alternativo (EA) e escolaridade. O coeficiente de razões de chance apontou efeito positivo da escolaridade sobre a adesão (r = 1.156, p<0,10) e, efeito negativo do tempo de tratamento (r = 0,999, p<0,001). A análise da adesão à TARV encontrou uma adesão suficiente aquém do que é preconizado pela literatura. A adesão à TARV deve ser monitorada permanentemente pela equipe de saúde a fim de conhecerem o perfil dos seus usuários e o seu nível de adesão de modo a intervir precocemente nos casos de risco de não adesão.