Avaliação da atividade imunomoduladora e antifibrótica da vitamina D na esclerose sistêmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: ALMEIDA, Anderson Rodrigues de
Orientador(a): PITTA, Maria Galdino da Rocha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32508
Resumo: A Esclerose sistêmica (ES) é uma doença do tecido conjuntivo, caracterizada pela fibrose da pele e de órgãos internos, alterações vasculares e presença de autoanticorpos. Poucas terapias eficazes existem até o momento para tratamento da ES, e a maior parte é direcionada para os sintomas, não existindo nenhuma modalidade terapêutica que atue comprovadamente no envolvimento fibrótico da doença. A vitamina D atua nas células do sistema imunológico, regulando a produção de citocinas, além de promover a redução de marcadores fibróticos. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi avaliar a atividade imunomoduladora e antifibrótica da vitamina D na ES. Foram incluídos no estudo 36 pacientes com ES atendidos no serviço de reumatologia do HC-UFPE. A resposta ao tratamento in vitro foi realizada em cultura de células mononucleares do sangue periférico (PBMC) estimuladas com anti-CD3 e anti-CD28 de 21 pacientes com ES e 10 controles saudáveis e em fibroblastos saudáveis de pele (HFF-1) e pulmão (MRC-5) estimulados com fator transformador do crescimento- ( TGF-) . As células foram tratadas com a 1,25-dihidroxivitamina D3 (1,25 (OH)2 D3) em diferentes concentrações(0.1, 1, 10 e 100 nM) e a dexametasona (1.000 nM) foi utilizada como controle positivo. Adicionalmente foi realizada a dosagem da 25 (OH) vitamina D sérica pela técnica de quimioluminescência em 36 pacientes e 36 controles saudáveis pareados por sexo e idade. As dosagens das citocinas presentes no sobrenadante nas culturas de PBMC foram realizadas utilizando o ELISA ou CBA. A avaliação da expressão gênica foi realizada por PCR em tempo real após extração do RNA dos fibroblastos. Observamos que 63,8% dos pacientes com ES apresentavam insuficiência de vitamina D e níveis séricos mais baixos quando comparados com os controles saudáveis (p= 0.04). O tratamento com a 1,25 (OH) 2 D3 promoveu redução significativa nos níveis das citocinas IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17A, IL-17F, IFN-ϒ e TNF em sobrenadante de cultura de PBMC de pacientes com ES , além disso, observou-se um aumento nos níveis de IL-10 e IL-4. O tratamento com 1,25 (OH) 2 D3 em culturas de fibroblastos de pele reduziu significativamente a expressão gênica de ACTA2 (p<0.05). Adicionalmente, vimos que a dexametasona promoveu redução nos níveis de IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17A, IL-17F, IFN-ϒ, TNF e IL-1. Com base nos resultados obtidos, sugere-se a vitamina D como um possível agente terapêutico para o tratamento da ES. Ademais, os resultados vistos com a dexametasona esclarecem os efeitos desempenhados por esse medicamento in vitro e podem dar suporte para novas possibilidades de investigação do papel da molécula desempenhado in vivo.