Os parâmetros curriculares nacionais no contexto das reformas neoliberais: o caso de Geografia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Cordeiro Marinho, Genilson
Orientador(a): Policarpo Junior, José
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/4791
Resumo: Neste trabalho de pesquisa, voltado para a área da educação, procuramos realizar uma investigação das questões relativas às reformas educativas empreendidas no atual estágio de mundialização do capitalismo. Tal intento versou sobre um desvendamento crítico das apropriações simbólicas (Bourdieu) de categorias e o léxico das lutas democráticas nas propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Conseguimos perceber que, em grande medida, as informações e orientações, principalmente as que envolvem a problemática dos valores, atitudes, procedimentos e conteúdos, presentes nos documentos oficiais da Secretaria do Ensino Fundamental Volume Introdutório dos Parâmetros Curriculares Nacionais e Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia - são seletivamente reciclados e reincorporados pelos expedientes ideológicos do neoliberalismo em sua luta hegemônica. Tal constatação nos fez notar, portanto, que no meio educacional, na maioria das ocasiões, é construído um discurso sobre a educação fazendo às vezes do discurso que seria da educação, no qual noções e conceitos produzidos no tensionamento de realidades datadas e específicas são destacados das condições de produção que lhes forneciam sentido e utilizados arbitrariamente (e por que não dizer, ideologicamente) como eixos analisadores de realidades distintas, sem que seja posta em causa a pertinência de tal uso. A recontextualização nos campos pedagógicos oficial e não-oficial opera apropriando, reenfocando, deslocando e relocalizando para justificar o injustificável, produzindo questões (a fatal necessidade de inclusão no mundo globalizado , justificando todos os tipos de sujeições, parece ser uma delas; a pretensa crise do Estado , legitimando recuos múltiplos de conquistas sociais, outro) ou expressões como cidadania ou autonomia que acabam por pautar o debate tanto na mídia, quanto nos meios acadêmicos - na busca de circunscrever o campo simbólico ao âmbito dos interesses do capital em suas formas atuais. Os objetivos estabelecidos neste estudo levaram-nos a optar por um estudo analítico, orientado pelospressupostos da abordagem qualitativa em educação, elegendo a análise documental como método de construção de dados. Com o intuito de apreender as percepções, as concepções e a historicidade do objeto pesquisado, utilizamos como fonte de dados documentos oficiais (legislações, diretrizes curriculares e relatórios) e a literatura especializada. A escolha dos documentos se dá em função dos objetivos que a pesquisa se propõe e das temáticas em discussão (Godoy, 1995). Tratamos de identificar na aparente democratização da produção simbólica o seu inerente potencial de manipulação da subjetividade dos indivíduos. A mesma educação que tanto prega nos referenciais curriculares a autonomia, a liberdade e a democracia com seus mais altos valores - , opera nos indivíduos a mais brutal padronização