“PRETO-VELHO, PAI JOÃO”: REPRESENTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO ROMANCE ESPÍRITA SENZALA (1976)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: SARAIVA, Deise Maria Albuquerque de Lima
Orientador(a): SILVA, José Bento Rosa da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Administracao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14938
Resumo: Esta dissertação tem por eixo a análise da representação da escravidão no romance espírita Senzala (1976), de autoria do escritor espírita Salvador Gentile. Enquanto produção discursiva, esse romance nos permite elucidar as imagens sobre a escravidão construídas pelo livro, entendidas como construções edificadas não apenas de acordo com uma visão do espiritismo sobre a escravidão negra no Brasil, mas também, como um discurso que se apropria de outras representações instituídas no âmbito da historiografia sobre a escravidão e de uma produção literária sobre o mesmo tema. Isso nos permitiu ponderar como o discurso de Senzala integra-se a uma rede discursiva sobre o tema. Nesse intuito, julgamos necessário assinalar a importância histórica da escrita na constituição do espiritismo de matriz francesa e sua ampliação no contexto da expansão do espiritismo no Brasil. No nível nacional, identificamos que os romances espíritas ganham vulto e se tornam importante instrumento conversional. Plurais quanto às temáticas privilegiadas, identificamos que o tema da escravidão é hoje recorrente em várias publicações. Nesse sentido, nos parece que Senzala inaugura o tema no âmbito dos romances espíritas. O que nos levou a centrar sobre ele a pesquisa em tela. Para tanto, procedemos à apreciação de suas condições de escrita e autoria, para então dar prosseguimento a uma análise de seu conteúdo discursivo. Nosso objetivo foi analisar os sentidos e significados sociais sobre a escravidão negra sugeridos pelo livro. Trata-se de um discurso que tem um papel religioso mas que não pode ser apartado de seu significado social, na medida em que os campos que compõe o social estão em constante interação. Do ponto de vista teórico, nos orientam as considerações de Roger Chartier a respeito da representação, prática e apropriação, bem como as noções de campo e habitus de Pierre Bourdieu e as considerações de Michel de Certeau sobre o lugar de escrita.