O patrimonialismo no Brasil : reflexos na formação e ação política das elites agro-exportadoras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Pereira da Silva, Leuzinete
Orientador(a): José de Arroxelas Galvão, Olímpio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/4255
Resumo: A herança do Patrimonialismo português na mentalidade política das elites agrárias do Império brasileiro e nas duas primeiras décadas da Primeira República, é analisada a partir do embasamento teórico da dominação em Max Weber. Essa herança é identificada na configuração do Estado luso-brasileiro. Indica-se a forma pela qual houve a introjeção desse tipo de organização política no Brasil, assim como alguns traços e conseqüências da mentalidade patrimonialística à época e suas implicações para o anacronismo do desenvolvimento nacional. Destaca-se que as elites agrárias, comprometidas tão somente com a preservação do seu poder e riqueza, não seguiram o percurso histórico que conduzia grande parte das nações à época: a industrialização, visto que seus interesses prendiam-se à economia agro-exportadora, centrada em vários ciclos de exportação de produtos primários (açúcar, algodão, cacau, fumo, metais preciosos etc), desviando-se, pois, da linha de diversificação de bens primários, proposta pela Teoria da Base de Exportações, como alternativa para um desenvolvimento sustentado, como sinaliza NORTH (1955). Ao longo do desenvolvimento desses ciclos, não ocorreu a diversificação da economia e o aparecimento de outros setores com dinâmica própria, que seria um caminho para a industrialização, atividade que orientava o desenvolvimento de muitas nações, o que, historicamente, parecia indicar ser este o viés para a inserção na modernidade. A sociedade brasileira somente ingressa na Era Industrial em décadas mais recentes, posterior a 1930 e, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial embora tal percurso não tenha trazido o desenvolvimento esperado. Assinala-se, então, que os produtos de exportação constituíram-se na base econômica da sociedade patrimonial e que, como as exportações não geraram um processo de diversificação, a economia brasileira conviveu com o atraso e a preservação de valores do passado. Em síntese, pode-se indicar como hipótese do presente trabalho, que a formação política das elites agrárias que dominaram o Brasil, do Império ao início da Primeira República, com fortes traços da herança patrimonialista, contribuiu para que estes segmentos elitistas adotassem atitudes políticas contrárias à modernização do país, o que sugere que o tipo de sociedade que foi criada, historicamente, exerceu papel determinante nos padrões de desenvolvimento econômico do Brasil