É morrendo que se vive : etnografia de um grupo espírita caruaruense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: FIGUEIREDO, Bruno de Góis
Orientador(a): REESINK, Mísia Lins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50286
Resumo: Esta dissertação tem por objeto de pesquisa o Grupo de Estudos Espírita Francisco de Assis (GEEFA), uma pequena casa espírita da cidade de Caruaru, interior de Pernambuco. Diante das relações interpessoais estabelecidas no grupo, essa pesquisa tem o objetivo de contribuir para a produção antropológica sobre o espiritismo e os grupos espíritas, considerando a reflexão a respeito dos processos de conflitos que ocorrem no local analisado, antes e após a sua fundação. Também é do nosso interesse compreender e descrever a escolha e o processo de alçada das lideranças da casa, interpretar a razão dela continuar em operação e analisar as práticas adotadas pelos seus integrantes durante nossa estadia em campo. Para que isso aconteça, a abordagem pensada se dá por meio da apresentação do GEEFA a partir dos seus membros, permitindo a elaboração de um quadro de ideias sobre suas histórias e perspectivas – sobre o grupo ao qual aderiram e os papéis desempenhados por eles. Assim, voltamos nosso olhar para antagonismos que se apresentam na casa e como os próprios membros do local manuseiam categorias comuns à cosmologia espírita, como o estudo da doutrina, a aplicação dos passes e a prática da mediunidade, para conquistarem posições de destaque na estrutura do lugar. É sabido que o movimento espírita, desde a sua formação, se viu envolto em disputas que semearam tensões entres os seus adeptos. Isso acontece, porém, em um panorama mais amplo em comparação a um local de dimensões reduzidas como o GEEFA. Há margem, então, para levantar a problemática sobre a possibilidade de uma casa espírita de pequeno porte ser palco de processos de dramas sociais. Partimos da hipótese de que a liderança da casa é, ao mesmo tempo, a mola propulsora que garante o funcionamento do grupo e a grande responsável por provocar rupturas entre seus membros. Para pôr à prova esse pensamento, fazemos uso do método etnográfico e de entrevistas semiestruturadas, feitas no formato online, devido à pandemia da COVID-19, para a coleta e análise dos dados reunidos.