Vassouras, ciganas e extraterrestres : médiuns e emoções no campo religioso espírita de Natal (RN)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: de Brito Madureira, Antoinette
Orientador(a): Felipe Rios do Nascimento, Luis
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/839
Resumo: Esta tese discute a constituição de emoções em grupos e indivíduos identificados com a prática da mediunidade no campo religioso espírita de Natal Rio Grande do Norte. Ela se origina de um trabalho de pesquisa empírica de cunho etnográfico que objetivou identificar como o espiritismo se diz e se faz, a partir dos elementos mediunidade e emoção. Buscou compreender o que emoção pode dizer sobre a adesão de grupos e pessoas ao modelo de ser espírita veiculado e valorizado pelo órgão que regula as práticas espíritas no Brasil, a Federação Espírita Brasileira FEB. Em adição, explorou os mecanismos que contribuem para constituir emoções vistas como corretas nos indivíduos, conforme modelos idealizados apresentados pela FEB e por grupos dela aliados ou desregulados. Adotou-se, neste trabalho, uma perspectiva pragmática dentro do campo da Antropologia das Emoções. A pesquisa realizou-se em três grupos: o mediúnico do centro espírita Irmãos Unidos, o Grupo Ramatís do centro espírita Bezerra de Menezes e o Grupo Atlan. Foram utilizadas as técnicas de observação participante, entrevista e análise documental. Foi evidenciado um contexto de disputas pelo verdadeiro espiritismo e pelo legítimo combate ao Mal, com variações na construção mitológica e nos ritos mediúnicos, sugerindo diferentes modelos de pessoa espírita em atuação. Nesse contexto, o ritual da desobsessão, nos moldes como executado em cada grupo, foi pensado como um dispositivo capaz de engendrar sentidos sobre os seres e o mundo, no momento mesmo em que constitui um discurso racializado para falar das emoções e sobre a salvação. Em suas performances discursivas, os médiuns entrevistados se identificam e se diferenciam na adesão ao grupo e ao rito desobsessivo, e nestas adesões, ancoram situacionalmente seus discursos emotivos, conferindo um lugar ao seu espiritismo ante a disputa pela legitimidade de sua guerra contra o Mal