A UVB-susceptibilidade como teste prognóstico na Hanseníase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: MENDES, Mecciene
Orientador(a): XIMENES, Ricardo Arraes de Alencar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7329
Resumo: A radiação ultravioleta constitue-se no mais importante fator ambiental que altera a estrutura e função da pele humana. Pelo seu potencial efeito depressor da imunidade mediada por células e modulador da resposta imune, de determinação genética, tem sido objeto de estudos em algumas doenças infecciosas especialmente naquelas cuja imunidade mediada por células (CMI, cell mediated immunity) está intimamente relacionada à capacidade do organismo em combater patógenos intracelulares como o M.leprae, agente causador da Hanseníase. A Hanseníase(MH) é doença infecciosa, predominantemente neuro-cutânea, de comportamento crônico, caracterizada pelo amplo espectro de apresentação clínica, com pólos estáveis Tuberculóide (MHTT), de grande resistência imunológica do indivíduo e doença localizada, e Virchowiano(MHVV) que pode apresentar disseminação da doença para outros órgãos e tecidos, devido à aparente completa ausência de resistência. Em países tropicais, nos quais encontram-se altos índices de prevalência da doença, prováveis condições ambientais, incluindo a exposição à radiação ultravioleta (RUV), podem atuar como fatores de risco para a MH. Estes fatores motivaram-nos a desenvolver um estudo de caso-controle para verificar se há associação entre o traço genético de suscetibilidade ou resistência à radiação ultravioleta e as formas polares da Hanseníase MHVV(casos) e MHTT(controles), respectivamente. Para tal realizamos busca ativa de pessoas portadoras de MH em diversas comunidades em Recife-PE-Brasil e São Lourenço da Mata (Região Metropolitana de Recife), selecionando pessoas portadoras das formas polares da MH da classificação de Ridley e Jopling-1962, totalizando 38 pessoas portadoras da MHV/casos(30,4%) e 87 pessoas portadoras da MHT/controles(69,6%). Foram excluídas pessoas portadoras ou com antecedente de câncer de pele e/ou herpes simples recidivante (nestas a UVB-Susceptibilidade já é considerada marcador de risco), portadores de doenças auto-imunes, uso de imunossupressores, desnutridos e em quadros reacionais. Em todos procedemos aos testes para determinação do traço fenotípico de UVB-Suscetibilidade ou UVB-Resistência, pela aplicação de disco embebido em Dinitroclorobenzeno(DNCB) a 2% em área previamente irradiada (24 horas) com duas vezes a Dose Eritematosa Mínima(DEM). Após 21 dias, foi aplicado em região escapular (área não exposta à irradiação solar) disco semelhante embebido em DNCB a 0,05%, para verificar se a sensibilização havia se processado. As pessoas que apresentaram reação positiva ao DNCB a 0,05% foram consideradas resistentes (UVB-Resistentes), o oposto podendo ser considerado para aqueles que não desenvolveram resposta(UVB-Suscetíveis). A freqüência encontrada de UVB-S foi de 24 pessoas (60,3%) no grupo de portadores de MHVV(casos) e de 30 pessoas (30,4%) no grupo MHTT(controles), diferença estatisticamente significativa (x2=7,73 p=0,005), sugerindo que a UVBSuscetibilidade pode se constituir em fator de risco para o desenvolvimento da forma Virchowiana da MH