“Se você não tem que abrir mão de nada, você não é aliado” : análise discursiva das consultorias de comunicação Think Eva e Indique Uma Preta
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Comunicacao |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51306 |
Resumo: | Na segunda década do século XXI, pudemos observar mudanças de posicionamentos das marcas. Elas estão inovando, buscando atingir novos perfis de públicos, muitas vezes alinhadas às pautas dos movimentos sociais, em especial dos movimentos feministas. Para conseguir manter os seus posicionamentos, que vão além das propagandas, incluindo a comunicação interna, algumas marcas buscam os serviços de consultorias, como a Think Eva e a Indique Uma Preta. Ambas trabalham com foco no público feminino e têm como base estratégica as pautas dos movimentos sociais, como os feminismos. Posto isto, esta pesquisa qualitativa propõe compreender as relações entre o consumo, a publicidade e o ativismo, problematizando como o mercado, por meio de consultorias como essas, apropriam-se dos discursos das causas dos movimentos sociais para alavancar negócios e posicionar marcas. Para isso, utilizamos as seguintes técnicas de pesquisa qualitativa para coleta de dados: a Netnografia, tendo como base Kozinets (2014) e para análise dos dados, Análise de Discurso (ORLANDI, 2020) com perspectiva crítica. O trabalho também se apoia nas discussões de Dardot e Laval (2016) e Maria Eduarda Rocha (2010) sobre a racionalidade neoliberal, Izabela Domingues e Ana Paula de Miranda (2018) sobre consumo de ativismo, Barreto Januário (2021) com feminismo de mercado entre outros. Com essa investigação, compreendemos que a comunicação é posta como um instrumento no qual se naturaliza ideias e pensamentos, resultando assim na criação de um possível novo mundo (LAZZARATO, 2006), principalmente por meio do consumo de ativismo (DOMINGUES; MIRANDA, 2018). Nesse processo, as pautas feministas se transformam em uma ferramenta mercadológica, condizentes com o que propõe o feminismo de mercado (BARRETO JANUÁRIO, 2021) que, mediados pelas ideias neoliberais, estimulam os sujeitos a se conformar com medidas paliativas, resultando a despolitização e esvaziamento de sentido das pautas feministas. |