Utilização de lodo de tratamento têxtil em revestimentos asfálticos : uma análise mecânica, microscópica e ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: MOURA, Lyneker Souza de
Orientador(a): CARNEIRO, Arnaldo Manoel Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Engenharia Civil
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40895
Resumo: O lodo têxtil é um resíduo industrial de difícil tratamento e alto custo de disposição final. Entretanto, quando seco e destorroado, adquire propriedades granulométricas compatíveis com as adições de enchimento utilizadas na pavimentação rodoviária. Avaliou-se sua incorporação ao concreto asfáltico nos âmbitos mecânicos, microscópicos e ambientais. Para tanto, foram realizadas dosagens do tipo Marshall contendo de 2,0% a 5,0% de lodo e de 4,5% a 6,5% de ligante, objetivando uma formulação com a inclusão máxima do resíduo dentro dos parâmetros aceitáveis. Mediante as análises efetuadas, é evidente a potencialidade da adição de 2,0% a 3,0% de lodo têxtil em misturas asfálticas da faixa “C” como material constituinte do revestimento, seja com os agregados, seja misturado previamente ao ligante asfáltico. Quanto à viscosidade do ligante modificado por lodo têxtil, houve um incremento na viscosidade do CAP 50/70 em até 37% a 135oC e até 28% a 177oC, o que torna o ligante menos suscetível a mudanças térmicas. Não houve efeitos prejudiciais na resistência à tração, deformação permanente e rigidez das misturas, mantendo-se estatisticamente equivalentes à amostra de referência sem lodo. A inclusão de lodo têxtil não ocasionou prejuízos à durabilidade do concreto asfáltico, verificada por meio do ensaio Cântabro e dano por umidade induzida, além de demonstrar adesividade satisfatória, comprovada por análises microscópicas. Quanto à resistência à fadiga, o lodo têxtil não apresentou efeito deletério ao revestimento asfáltico nas misturas de 2,0%, tendo sido observado um incremento de até 38% no número de ciclos para as misturas com 3,0% de lodo têxtil, sendo a adição direta ao ligante. Os resultados de deformação permanente indicam que as misturas asfálticas aqui apresentadas são recomendadas para vias de tráfego médio (N, entre 3×106 e 1×107). As análises ambientais de lixiviação, solubilização e microscópicas indicam um aprisionamento eficaz do lodo têxtil dentro da matriz asfáltica. Uma análise simplificada da viabilidade operacional demonstrou que é possível a utilização de até 20t de lodo têxtil por km de via pavimentada. Por fim, pode-se afirmar que os resultados dessa pesquisa ratificam a aplicabilidade do revestimento asfáltico como uma matriz de imobilização do resíduo por meio da garantia de sua eficaz apreensão, além de trazer benefícios mecânicos ao pavimento, e ambientais, à sociedade.