Nitrogênio fixado em cultivo de melão sob adubação verde no município de Juazeiro, Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Ferreira Neto, Reginaldo Alves
Orientador(a): Santiago de Freitas, Ana Dolores
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10149
Resumo: O uso de leguminosas fixadoras como adubos verdes é uma tecnologia que pode propiciar a substituição ou a complementação da adubação mineral, além de representar uma fonte de matéria orgânica e proporcionar uma proteção física ao solo, garantindo uma maior sustentabilidade dos sistemas agrícolas. No semiárido brasileiro, as áreas convertidas à agricultura perdem carbono e nutrientes com velocidade muito maior que as encontradas em outras regiões, sendo a adubação verde uma alternativa tecnológica para reduzir o uso de fertilizantes nitrogenados e aumentar a sustentabilidade dos sistemas agrícolas. O objetivo desse trabalho foi estimar as quantidades de biomassa e de nitrogênio aportadas por coquetéis de plantas utilizadas como adubos verdes e os efeitos desses coquetéis sobre a produtividade do melão irrigado, cultivado na Região do Vale do São Francisco. O estudo foi conduzido em campo, na Estação Experimental Mandacaru da Embrapa Semiárido, localizada no município de Juazeiro, Bahia (09°24’S; 40°26’O; 375,5 m). Foram testados três sistemas de adubos verdes (2 coquetéis de espécies e vegetação espontânea) e dois sistemas de preparo do solo (com e sem revolvimento para incorporação dos adubos verdes) previamente ao cultivo do melão amarelo (Cucumis melo L.), variedade F1-1000. As espécies incluídas nos coquetéis foram: gramíneas, milho (Zea mays L.), milheto (Pennisetum glaucum L.) e sorgo (Sorghum bicolor (L). R. Br.), leguminosas, feijão de porco (Canavalia ensiformis (L.) DC), feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp) e crotalária (Crotalaria spectabilis Roth) e oleaginosa, girassol (Helianthus annuus L), em diferentes proporções. Como sistemas de preparo foram utilizadas duas condições, com incorporação dos adubos verdes (revolvimento do solo com aração e gradagem) e sem incorporação. As plantas dos coquetéis vegetais foram manejadas após atingir o seu estágio de pleno florescimento, 70 dias após o plantio (DAP), segundo os tratamentos. No tratamento sem revolvimento, as plantas foram cortadas e os resíduos permaneceram na superfície do solo. No tratamento com revolvimento, as plantas foram incorporadas ao solo e posteriormente foi feito o cultivo do melão. Antes do corte ou incorporação, foram determinadas as biomassas produzidas por cada espécie dos coquetéis vegetais e das plantas espontâneas. Nessas biomassas foram determinados os teores de N total (%), C total (%), 15N (‰) e 13C (‰). A fixação biológica do nitrogênio foi estimada utilizando a metodologia da abundância natural de 15N. As quantidades de N acumulado e de C e N fixados foram calculadas pelo produto dos teores desses elementos pelas respectivas biomassas. Por ocasião da colheita do melão, foram estimados a biomassa aérea, o número, produtividade e peso médio dos frutos. Não houve diferença significativa na produção de biomassa, N total acumulado e C fixado pelas plantas dos coquetéis verdes utilizados, porém a biomassa produzida pelos adubos verdes foram três vezes maiores do que a registrada na vegetação espontânea. Como esperado, todas leguminosas fixaram N com δ15N variando entre 1,38 ‰ (feijão-caupi) e 3,25 ‰ (feijão de porco). Além das leguminosas, as gramíneas também apresentaram baixos teores de 15N, indicando que essas plantas podem estar obtendo N através de FBN. O sorgo apresentou o menor δ15N (0,34 ‰), entre todas as plantas dos coquetéis, e os maiores valores de %Ndda registrados, sendo de 71,85‰ no coquetel 1 e 92,34‰ no coquetel 2. A adição de C e N oriundos dos adubos verdes não influenciou a produtividade e o número de frutos do melão.