Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
BEZERRA, Camila Silva |
Orientador(a): |
BRANDÃO, Simone Cristina Soares |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Cirurgia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50597
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Resumo: |
Responsável por milhões de infectados e de mortes em todo o mundo, a COVID-19 permanece com lacunas no seu entendimento. O segundo coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2) revelou-se um agente infeccioso complexo, responsável por manifestações extrapulmonares, incluindo alterações cardiovasculares. A enzima conversora da angiotensina 2 (ECA-2), um dos principais alvos do vírus, exibe grande expressão na vasculatura, inferindo que vasos podem ser susceptíveis a dano pela doença e que disfunção endotelial pode ter papel central na sua fisiopatologia. A ultrassonografia (USG) é método de imagem já consagrado para avaliação vascular. O objetivo deste estudo foi investigar alterações vasculares e perivasculares nas artérias carótidas utilizando a USG, e avaliar associação com mortalidade e variáveis clínicas. Para isso, foi realizado estudo prospectivo multicêntrico entre julho de 2020 e fevereiro de 2021. Cinquenta e três pacientes hospitalizados com COVID-19 grave, confirmada por RT-PCR, foram incluídos no estudo. Dados demográficos e clínicos foram coletados nos prontuários, sendo posteriormente analisados em conjunto com dados de imagem. Análise estatística foi conduzida, incluindo testes Qui-quadrado de independência de Pearson, teste de Mann-Whitney e de Fisher, bem como modelos de regressão logística. A USG revelou alterações vasculares em 45 (85%) pacientes. Os principais achados da USG foram irregularidade da superfície endoluminal em 29 pacientes (55%), placas carotídeas em 30 (57%), sinais de infiltração perivascular em 4 (7,5%) e aumento da espessura mediointimal (EMI) em 31 (58%). Dezenove de 31 (61%) pacientes com aumento da EMI morreram, observando-se associação entre aumento da EMI e mortalidade por COVID-19 (p=0,03). Através de modelo de regressão logística, a probabilidade de óbito foi de 85% nos pacientes com espessamento mediointimal e histórico de nefropatia crônica ou lesão renal aguda na admissão hospitalar (p<0,05). Observou- se, ainda, surgimento de espessamento mediointimal em paciente que se encontrava previamente sem essa alteração, após piora do quadro clínico; também houve sinais de redução do processo inflamatório perivascular em outro paciente, após ultrapassar período de maior atividade inflamatória da doença e pós-manejo terapêutico. Como conclusão, este estudo mostrou alterações vasculares e perivasculares em pacientes com COVID-19 grave que estiveram relacionadas a mortalidade. |