Qualidade química e radiológica de fontes de água para consumo humano do Seridó Oriental no Rio Grande do Norte – Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: ROJAS, Lino Angel Valcárcel
Orientador(a): SANTOS JÚNIOR, José Araújo dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Tecnologias Energeticas e Nuclear
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38443
Resumo: As fontes de água da região Seridó Oriental no Rio Grande do Norte constituem um sistema muito vulnerável, sob influência de fatores naturais e antropogênicos. Com base neste ponto de vista, recursos hídricos da região Seridó Oriental foram investigados para obter informação sobre suas condições atuais e adequação para uso doméstico. A água não tratada, de açudes e poços, foi caracterizada em termos de parâmetros físicos, químicos e radiológicos, conforme estabelecido no padrão de potabilidade adotado pelo Ministério de Saúde no Brasil. Amostras de água tratada também foram analisadas para avaliar a sua qualidade e eficiência dos sistemas de tratamento. A interpretação geoquímica dos resultados demonstrou elevada salinidade das águas não tratadas (71% água salobra) com predomínio de águas cloretadassódicas (64%), bem como, a influência dos fatores naturais na composição química da água. Variáveis do padrão organoléptico (STD, Na+, Cl-, dureza, Fe, Al e Mn) apresentaram valores acima do recomendado. Foi detectada a presença dos metais pesados Cd, Pb, Cr, Ni, Cu, Zn, em quantidades variáveis, porém, abaixo do limite recomendado. No entanto, concentrações de Ba, Se e U ultrapassaram o valor limite em várias amostras. A caracterização isotópica sugere que os radioisótopos 238U, 234U e 226Ra são os principais responsáveis pela atividade alfa total nas águas, sendo o 226Ra de maior relevância para a atividade nos açudes e os isótopos de U para às águas de poço. A razão 235U/238U indica que o urânio tem sua origem apenas de fontes naturais, bem como, os valores de 234U/238U e 226Ra/238U caracterizaram, em várias amostras, a ausência de equilíbrio secular. Valores de dose efetiva anual, acima de 0,1 mSv•a-1 (e ainda superiores a 1,0 mSv•a-1) foram estimadas para crianças menores de um ano (média de 0,54 mSv•a-1 e faixa de 0,08 a 1,9 mSv•a-1), pelo consumo de água procedente da maioria das fontes estudadas, com valores mais elevados para às de poço. Assim, as estimativas de dose indicaram um incremento no risco radiológico, caso a água dos mananciais seja consumida nas condições atuais. No geral, os resultados mostram que essas águas somente devem ser usadas para consumo humano se receber um tratamento adequado. Encontrou-se que, a qualidade da água potável é insuficiente, conforme indicaram os valores elevados de numerosos parâmetros de qualidade. O resultado demonstra que, o sistema de tratamento baseado na desinfeção usando apenas cloro não é suficiente para melhorar as características da água quando consideradas diversas variáveis químicas e especialmente às radiológicas.