Impacto da degradação ambiental sobre a ictiofauna do estuário do Rio Paraíba PB

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: ALVES, Ticiano Vanderlei de Siqueira
Orientador(a): BRAGA, Ricardo Augusto Pessoa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/5415
Resumo: A globalização é um agente indutor do crescimento urbano, que não ocorre de forma planejada e sustentável. O desenvolvimento desordenado provoca a ocupação indevida do solo, que trás consequências às áreas de preservação. As implicações produzidas pela ocupação indevida das margens dos cursos d água produzem como resultados principais: a abreviação dos processos de erosão, o assoreamento dos rios, a deterioração da qualidade da água e a redução da biodiversidade aquática e terrestre local. O presente trabalho visou analisar no estuário do rio Paraíba o impacto da degradação das Áreas de Preservação Permanente na estruturação das comunidades de peixes, através do estudo comparativo entre duas margens equivalentes e em estados distintos de preservação. Utilizando-se de 320 metros de redes de emalhar em cada margem estudada, foi possível realizar a caracterização da comunidade íctica das mesmas. Foram capturados no total, 506 indivíduos distribuídos em 28 espécies, pertencentes a 15 famílias. A espécie com a presença mais marcante nas duas margens foi a Anchoviella sp., conhecida como manjubinha. Na margem degradada (MD) foram capturados 39 indivíduos, distribuídos em nove espécies, pertencentes a sete famílias, sendo que a família Ariidae e Carangidae apresentaram a maior riqueza de espécies e a família Engraulidae, maior número de indivíduos. Na margem não degradada (MND) foram capturados 467 indivíduos, divididos em 24 espécies pertencentes a 14 famílias, onde a família Ariidae obteve a maior riqueza e a Engraulidae a maior abundância. Vale salientar que do total de espécies capturadas na MND, 19 espécies não são encontradas na margem degradada (MD). Em contrapartida, das espécies identificadas na MD, quatro não foram capturadas na MND. Desta maneira, o índice de similaridade aponta o valor de 30% entre as margens. Para possibilitar uma melhor interpretação comparativa, foi necessário retirar dos dados a espécie Anchoviella sp. para as duas margens, uma vez que a sua enorme abundância provocava uma distorção dos dados não permitindo um melhor vislumbre das diferenças entre as margens. A ausência da manjubinha nos dados dos índices gerais mostrou outro comportamento dos valores destes parâmetros. O índice de diversidade, a diversidade máxima e a equitabilidade mostraram-se superiores para a margem não degradada, confirmando o que já era esperado e apontado nas bibliografias. Por meio dos índices ecológicos supracitados, foi possível distinguir as comunidades ícticas das duas margens e supõe-se que o bom estado de conservação da vegetação de mangue da margem não degradada proporciona às diversas espécies de peixes um ambiente complexo, rico em alimentos e abrigos. Recomenda-se que este estudo seja realizado no período de um ano, levando em consideração as alterações sazonais dos parâmetros ambientais