Concentrações de CGRP, ocitocina e óxido nítrico no líquido cefalorraquidiano em pacientes com migrânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: FERREIRA, Maria Rosana de Souza
Orientador(a): VALENÇA, Marcelo Moraes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46748
Resumo: A migrânea, doença neurológica mais prevalente no mundo, ficando atrás apenas da cefaleia tensional, é caracterizada por crises de dor de cabeça, muitas vezes unilateral e latejante, com uma maior sensibilidade visual à luz, auditiva aos sons e ao movimento, com sensações vertiginosas. Uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo, a migrânea gera gastos sanitários anuais estimados em mais de US$ 9 bilhões no Brasil. Várias biomoléculas estão envolvidas na fisiopatologia das crises de migrânea, gerando a ativação de alguns núcleos neuronais, incluindo o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. Essas biomoléculas que participam na gênese de uma crise de migrânea são também encontradas no LCR, que circula pelo espaço subaracnóideo com íntima relação com o sistema nervoso central e parte do sistema nervoso periférico. Um componente importante do sistema trigêmino-vascular é a dura-máter com suas artérias meníngeas e rica inervação trigeminal. Evidências sugerem que o fenômeno da dor está intimamente relacionado com liberação de CGRP, por outro lado, ocitocina parece exercer um papel inibitório durante fenômenos álgicos. O óxido nítrico participa no controle de inúmeras funções no sistema nervoso central, como um importante neuromodulador. Neste estudo, objetivou-se mensurar as concentrações do CGRP, ocitocina e óxido nítrico no LCR de pacientes que iriam se submeter a uma punção lombar para procedimentos de rotina durante uma raquianestesia (ou bloqueio subaracnóideo). Visando comparar um grupo controle de pacientes sem migrânea com um grupo formado apenas de migranosos, os pacientes foram divididos em indivíduos com migrânea e um grupo controle, de ambos os sexos. As amostras foram coletadas no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. A quantificação das moléculas foi realizada por meio de Elisa, radioimunoensaio e quimiluminescência. Foram avaliadas amostras de 27 pacientes, dos quais 12 foram incluídos no grupo migrânea, dentre eles 9 mulheres. Os níveis de CGRP em mulheres com migrânea e do grupo controle foi de 0,09 ± 0,3 versus 0,10 ± 0,02 pg/ml, e nos homens 0,09 ± 0,01 versus 0,08 ± 0,01 pg/ml. A concentração de ocitocina no grupo migrânea foi 0,41 ± 0,33 versus 0,42 ± 0,21 pg/ml no grupo de mulheres e nos homens 0,24 ± 0,12 versus 0,33 ± 0,21 pg/ml. O óxido nítrico no grupo de mulheres com migrânea teve média de 20,37 ± 19,2 versus 13,08 ± 7,92 pg/ml, nos homens a média foi de 11,67 ± 2,10 versus 11,47±6,78 pg/ml. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre as concentrações das substâncias e os grupos avaliados. Embora não tenham sido demonstradas diferenças estatísticas significativas entre os grupos comparados, este estudo foi o primeiro a correlacionar os níveis de substâncias envolvidas na modulação da dor no LCR de pacientes com migrânea.