Diálogos entre a festa e educação popular no CEPA : construção cidadã de símbolos coletivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: NASCIMENTO, Adriel Rodrigues do
Orientador(a): SILVA, Everaldo Fernandes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46520
Resumo: A pesquisa sobre a Educação Popular no contexto festivo inscreve-se no cenário local e global. Em diferentes contextos históricos o fenômeno da festa promoveu práticas educativas condizentes e antagônicas aos interesses do povo, podendo reafirmar a organização das rotinas ou subverter a sua lógica, de qualquer modo as festas promoveram intencionalidades que podem ultrapassar a sua forma e conteúdo com sentidos emancipatórios. A necessidade de celebrar os ciclos festivos seus rituais e símbolos já compunha o imaginário cultural, abrangendo o imaginário mitológico das primeiras civilizações humanas. O Homo Ludens - Huizinga (2000) que joga e deixa-se levar pela dinâmica autônoma do jogo, também trabalha e projeta a vida na festa, imprimindo-lhe as marcas simbólicas de suas labutas rotineiras e/ou revertendo-as como a dionisíaca e irreverente festa dos foliões de Cox (1974), evidenciada no contexto medieval. Toma-se como referência as festas populares vivenciadas no CEPA – Centro de Educação Popular Assunção, analisando como esse fenômeno e seu conjunto de ações poderão contribuir na formação cidadã de seus educandos/as, educadores/as e membros comunitários. Apoiamo- nos no pensamento de alguns/algumas autores/as (PESSOA, 2009; RIBEIRO, 1982; JUNG, 1964; DURAND, 2012; BAKNTIN, 1987; FREIRE,1987; 1996; 2000; 2016; ELIADE, 2010; SOUZA, 2009; NAHMÍAS, 2009; e outros/as) para compreender a relação entre a natureza festiva e sua intencionalidade pedagógica com indícios verificados na Idade Média, e, posteriormente no movimento humanista que identificaram do riso um valoroso instrumento político para denunciar o discurso contraditório da monarquia e do Clero Católico de Roma. Estabelece uma relação dialógica com os educandos/as e educadores/as do CEPA utilizando como procedimento metodológico os instrumentos da abordagem de pesquisa qualitativa, favorecendo o sentido dos dados obtidos. A experiência da observação participante, do diário de campo e da entrevista semi-estruturada como instrumentos de coleta de dados, procedeu através da apreciação coletiva dos registros fotográficos, observando/destacando a dinâmica organizativa vivenciada na construção das festas do CEPA. Os resultados obtidos na pesquisa apontaram: a possibilidade de educar tendo presente as sensibilidades, salientando-se o envolvimento de modo ampliado, promovendo a participação coletiva na construção e compreensão dos elementos simbólicos e, assim, promovendo uma nova consciência cidadã forjada na dinâmica construtora das festas com afirmação das identidades individuais e coletivas, referenciadas na trajetória e nas lutas populares. Apesar da desgastante descaracterização das festas populares sob a pretensa organização de quem politicamente desorganiza o povo, é provável que em todas as partes a festa do povo permaneça e resista tal qual a flor que furou o asfalto e brotou.