Desenvolvimento e avaliação biofarmacotécnica/farmacodinâmica de formulações tópicas contendo betametasona

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: KISHISHITA, Juliana
Orientador(a): LEAL, Leila Bastos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34099
Resumo: Os corticosteróides tópicos (CT) são as drogas mais utilizadas na prática dermatológica no tratamento de inflamações. O Valerato de Betametasona (VBM) é um corticosteróide potente, disponível comercialmente nas formas de creme, pomada e loção na concentração de 0,1%. A eficácia clínica in vivo de CT depende da biodisponibilidade (BD) no local da ação, que pode ser avaliada devido à sua característica de branquearem a pele, pelo seu efeito vasoconstritor. Uma possibilidade de redução de efeitos adversos dos CT, seria uma formulação que aumentasse a retenção do fármaco nas camadas da pele sem aumentar a quantidade absorvida. As microemulsões (MEs) são uma alternativa para a administração tópica de VBM, pois podem modificar a BD, por atuarem como sistemas de liberação controlada. MEs são sistemas que apresentam gotículas na escala nanométrica e são compostas por tensoativos, água e óleo. O óleo de licuri (Syagrus coronata) é extraído de uma palmeira brasileira, possui excelente espalhabilidade e penetração. A avaliação do potencial irritante de produtos é tradicionalmente realizada a partir do uso de animais de laboratório, porém métodos alternativos foram desenvolvidos a fim de substituir os testes in vivo na avaliação de segurança. Dito isto, este projeto visa desenvolver MEs contendo óleo de licuri, relizar avaliação biofarmacoténica e farmacodinâmica e determinar o potencial irritante, das formulações desenvolvidas e formulação comercial, contendo VBM. Para tanto, diagramas de fase pseudoternários foram construídos para desenvolver as MEs. As MEs obtidas foram caracterizadas quanto a centrifugação, pH, solubilidade em corante, potencial zeta, tamanho de gotícula e microscopia de luz polarizada (MLP). Foi avaliada também a estabilidade acelerada das formulações, além do estudo de liberação in vitro, permeação e retenção cutânea em pele de porco. O teste de branqueamento foi utilizado para avaliação farmacodinâmica das formulações. O potencial de irritação foi avaliado utilizando dois métodos alternativos (HET-CAM e CAM-TBS). Foram desenvolvidas e caracterizadas quatro microemulsões do tipo O/A, que foram veiculadas em gel de Carbopol® para incremento de viscosidade. Todas as formulações apresentaram pH na faixa de tolerância da pele; tamanho de gotícula de 14,67±0,2 a 37,56±0,8; potencial zeta negativo, entre -3,596 e -1,407 mV e mostraram-se isotrópicas através da MLP. Em geral, todas as formulações apresentaram maior retenção do fármaco do que a formulação comercial. A Formulação F3 exibiu maior retenção de VBM, quando comparada as outras formulações, sem aumento na quantidade permeada. Por esta razão, a F3 foi selecionada para o ensaio de branqueamento, e como resposta não houve diferença entre as concentrações testadas e entre o Betnovate® na avaliação farmacodinâmica. Todas as formulações foram classificadas como não irritantes ou irritantes leves nos ensaios realizados. Os resultados indicam que as formulações desenvolvidas contendo óleo de licuri são alternativas promissoras, seguras e estáveis para a administração tópica de VBM, com destaque a F3, onde foi possível aumentar a retenção nas camadas da pele sem aumento da absorção cutânea, podendo ser uma alternativa viável na melhora da biodisponibilidade local, sem observação de efeitos sistêmicos.