Avaliação da toxicidade da lectina de Crataeva tapia (CrataBL) livre e encapsulada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: CINTRA, Alcides Jairon Lacerda
Orientador(a): MAGALHÃES, Nereide Stela Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27702
Resumo: Moléculas com propriedades biológicas são extraídas de diversos organismos, a exemplo de plantas, como a Crataeva tapia, que pertence à família Caparidaceae, e da qual foi purificada uma lectina denominada CrataBL, com diversas propriedades, entre elas, antitumoral e anti-inflamatória. Mas apesar de suas propriedades promissoras, a aplicação dessa lectina encontra problemas como a degradação por fluidos biológicos e a rápida eliminação da corrente sanguínea. No propósito de obter uma nova formulação para superar esses problemas e de obter dados preliminares sobre a toxicidade da formulação e da lectina, a mesma foi encapsulada em lipossomas e foram avaliadas a toxicidade do nanossistema e da CrataBL frente a eritrócitos, além da avaliação da toxicidade da lectina em diferentes ensaios biológicos. A lectina foi purificada por cromatografia clássica de troca catiônica e os lipossomas preparados pelo método de congelamento/descongelamento. Os lipossomas exibiram tamanho médio de partícula de 168 ± 0,56 nm com uma distribuição de tamanho estreita e monodispersa (PDI = 0,407) e potencial zeta de 31,55 ± 0,77. A eficiência de encapsulação foi de 73 ± 5,72 %. No ensaio hemolítico a lectina, a fração e o extrato apresentaram os seguintes graus de hemólise (0,55; 0,68; 0,72 e 0,88 %), (1,38; 1,47; 1,67 e 1,87 %), (1,02; 1,08; 1,12 e 1,15 %), para as seguintes concentrações (50; 300; 600 e 1000 μg / mL). A lectina encapsulada apresentou (0,34; 0,91; 0,93; 1,25 e 5,37 %), para (62,5; 125; 250; 500 e 1000 μg / mL). A lectina apresentou atividade citotóxica e genotóxica significativa apenas em 1000 μg / mL, porém muito baixa em relação ao controle positivo, e não apresentou atividade mutagênica nas concentrações testadas. No ensaio embriotoxida a lectina apresentou mortalidade de 94% dos embriões, apenas em 500 μg / mL. No cercaricida, a lectina em 300 e 400 μg / mL, apresentou 100% das cercárias vivas e móveis, e em 500 μg / mL, menos de 50% das cercárias mortas, a fração e extrato apresentaram em 300 e 400 μg / mL, toxicidade média: 50-90 % de cercárias mortas, e 500 μg / mL, 90 % ou mais das cercárias mortas. Portanto, a CrataBL foi encapsulada com alta eficiência e tamanho de partícula de 168 nm, ideal para atividade antitumoral. A formulação lipossomal não apresentou atividade hemolítica, assim como a lectina livre, que também não apresentou ação mutagênica. Sendo esses dados importantes para futuras aplicações antitumorais in vivo. No ensaio com embriões e cercárias, a lectina apresentou toxicidade para os diferentes organismos apenas em 500 μg / mL.