Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
ALVES, Ana Rodrigues Cavalcanti |
Orientador(a): |
ROCHA, Maria Eduarda da Mota |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Sociologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29728
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Resumo: |
Esta tese visa analisar as possíveis mudanças nas práticas de consumo e estilo de vida dos membros das classes populares em processo de mobilidade ascendente nos últimos anos, investigando os sentidos que eles atribuem à sua maior inserção na cultura de consumo. Esta análise se insere num debate mais amplo acerca das mudanças ocorridas na estrutura da sociedade brasileira nas últimas décadas e seu impacto sobre as classes populares. Partindo do pressuposto de que o aumento da renda não se converte necessariamente em mudanças nos padrões de consumo, este trabalho buscou investigar as condições que possibilitam a alguns membros das frações ascensionais das classes populares – os batalhadores – aderir a novas práticas de consumo, enquanto outros permanecem orientados pelas mesmas disposições ascéticas, incorporadas em sua condição passada. Para tanto, procedeu-se a uma pesquisa empírica, fundamentada numa sociologia disposicionalista, buscando reconstruir as principais disposições e valores incorporados por esses indivíduos no decorrer de sua trajetória, investigando como tais disposições são traduzidas para o campo dos estilos de vida, num contexto de mobilidade ascendente. A análise permitiu identificar diferentes orientações para o consumo entre os batalhadores, que possibilita situá-los mais próximos do polo ascético ou do polo hedonista do campo dos estilos de vida, muito embora essa caracterização não seja estanque. A incorporação de novas disposições para o consumo depende de um ajuste com relação aos valores e disposições ascéticas constitutivas do ethos do trabalho duro, possibilitado por uma retórica do trabalho duro, segundo a qual as práticas de consumo orientada para a satisfação dos desejos são legitimadas como decorrentes do esforço do trabalho; percebidas como uma recompensa. O trabalho possibilita, portanto, as condições materiais e simbólicas para a incorporação de novas disposições para o consumo. A adesão a novas práticas de consumo é influenciada também pela distância com relação ao mundo das necessidades materiais, pela origem social, volume e estrutura do capital, pelos processos de socialização secundária, idade, gênero, ocupação, pela posição na família e pelo momento no ciclo de vida. |