Efeito da temperatura na utilização da zona mesopelágica oceânica por um predador ectotérmico, o tubarão tigre (Galeocerdo cuvier)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: FIDELIS, Leonardo de Lima
Orientador(a): HAZIN, Fábio Hissa Vieira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34035
Resumo: O tubarão tigre (Galeocerdo cuvier) é um predador marinho de topo que possui comportamento altamente migratório, com distribuição em todos os oceanos tropicais, fazendo parte de uma ampla teia trófica. É uma espécie capturada mundialmente por várias artes de pesca, tanto como espécie alvo como incidentalmente, havendo, portanto, o risco de sobrepesca dos seus estoques. Embora a espécie reconhecidamente costume realizar mergulhos profundos na região mesopelágica, as razões para este comportamento ainda não são bem conhecidas. O presente estudo tem como objetivo entender o comportamento de excursões mesopelágicas relacionado ao gradiente térmico da coluna d’água, bem como o efeito do tamanho dos indivíduos sobre tal comportamento. Para isso, PSATs (pop-up satellite archival tags) foram utilizadas para registrar parâmetros ambientais, profundidade e temperatura, em alta resolução temporal a fim de calcular variáveis com significância biológica e assim melhor compreender o comportamento de mergulho. Os mergulhos foram definidos a partir de uma temperatura de limiar (22ºC) e então Modelos Lineares Generalizados (GLM) foram utilizados para entender a relação do comportamento de mergulho com a camada de mistura (MSL). Os resultados evidenciaram que os tubarões tigre permaneceram majoritariamente acima de 50 m de profundidade e em águas com temperaturas acima de 25ºC, embora tenham realizado incursões a até 689,5 m, em temperaturas de 4,9ºC. Os resultados também mostraram que estes animais permanecem em maiores profundidades com temperaturas mais elevadas da MSL antes dos mergulhos profundos, os quais apresentam um movimento em formato de “V”. De maneira oposta, em mergulhos mais rasos (<200 m) os tubarões tenderam a realizar mergulhos em formato de “U”. Após mergulhos profundos, onde estiveram expostos a baixas temperaturas, estes animais tenderam a passar um tempo considerável em águas mais rasas com temperaturas elevadas, onde certamente são capazes de recuperar o calor perdido durante o mergulho. O presente trabalho fornece informações relevantes para um melhor entendimento da biologia e ecologia dos tubarões tigre, integrando um conhecimento para a espécie, bem como contribuindo para futuras medidas de manejo para a sua conservação.