Estudos qualitativos para elicitação de requisitos: uma abordagem que integra análise sócio-cultural e modelagem organizacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Gomes da Cruz Neto, Genésio
Orientador(a): Sandro Gomes, Alex
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1306
Resumo: É sabido que para se obter adequadamente requisitos de software é preciso entender as atividades humanas do contexto social e organizacional onde o futuro sistema será implantado. Tradicionais abordagens etnometodológicas de estudos sociais qualitativos propiciam uma descrição detalhada das práticas humanas, no entanto, o caráter retórico enfatizado pelas mesmas dificulta a integração com o design de software. Por outro lado, a argumentação contrária aos métodos oferecidos por designers é a perda da sensibilidade aos dados do campo devido à análise ser direcionada por frameworks e modelos cognitivos (orientados à objetivos e processos). Teoria da Atividade é um referencial teórico pós-cognitivista considerado como um ponto de partida para soluções que venham a promover um melhor balanceamento entre estes pólos. No entanto, as atuais tentativas de operacionalização deste referencial de análise sócio-cultural ainda oferecem dificuldades para integração com a Engenharia de Software. Na área de Engenharia de Requisitos, por outro lado, destaca-se a técnica i* ( i estrela ) de modelagem organizacional que se diferencia dos modelos cognitivos tradicionais por incorporar aspectos intencionais e de dependências estratégicas aos elementos processuais dos sistemas de informações. No entanto, as metodologias baseadas nesta técnica geralmente não tratam o problema de como gerar modelos válidos a partir da análise qualitativa dos dados de campo. Grounded Theory é um método de pesquisa qualitativa que dá ênfase a estas questões metodológicas sobre a validade dos estudos sociais de campo. Ela compreende um método indutivo para geração de teorias (ou explanações) sobre os fenômenos a partir do uso de amostras graduais e da análise sistemática dos dados empíricos. Contudo, trabalhos atuais baseados nesta técnica ainda não incorporam o uso de modelos de design. O presente trabalho apresenta uma solução balanceada entre a sensibilidade à riqueza dos dados de campo e a praticidade do design de software. A mesma é centrada em três pontos principais: (1) Um processo indutivo de pesquisa qualitativa baseado nas etapas da Grounded Theory para construção de representações de práticas humanas baseadas na análise sistemática dos dados e validadas através do uso de princípios de pesquisa qualitativa interpretativa. (2) Uso de um framework analítico para tornar a interpretação qualitativa dos dados mais objetiva para os propósitos de concepção de sistemas de software. O mesmo incorpora re-formulações de conceitos da Teoria da Atividade e um conjunto de fatores pré-definidos de análise. (3) Guias para geração de modelos i* de dependências sociais estratégicas a partir das descrições de atividades de modo a propiciar, além de uma visão do contexto social de um diferente ponto de vista, análises transformacionais que atendem às demandas dos engenheiros de software. O processo foi validado através da realização de um estudo qualitativo voltado ao entendimento das atividades de manipulação de prontuários médicos por profissionais de anestesia