Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
TAVARES, Marcelo Góes |
Orientador(a): |
SIQUEIRA, Antônio Jorge de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Historia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/23342
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Resumo: |
Esta tese se propõe a narrar experiências e histórias do trabalho urbano, tomando como cenário a indústria têxtil e as vilas operárias na cidade de Maceió, estado de Alagoas/Brasil, no recorte temporal de 1943 a 1961, permitindo a transpor esta temporalidade para outros tempos e espaços. Nessa cidade existiram três fábricas com vilas operárias cujas sociabilidades lembradas e esquecidas expressam múltiplos aspectos da cultura operária brasileira no passado e, ao mesmo tempo, resguarda suas singularidades históricas em Alagoas. Entre essas fábricas, narra-se como objeto central nessa tese, a experiência do trabalho e da política de operários da Fábrica Carmen no bairro de Fernão Velho. Esta surgiu no século XIX como Companhia União Mercantil e, a partir de 1943, passou a pertencer ao Grupo Othon Bezerra de Melo, que detinha outros territórios fabris nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nas décadas de 1940 e 1950, a Fábrica Carmen e sua vila operária concentravam um dos maiores contingentes de operários em Alagoas, os quais reproduziam e atualizavam o trabalho fabril. Desse período, evidencia-se e analisa-se as múltiplas práticas culturais e cotidianas, entre as quais, formas de constituição de território fabril e gestão disciplinar do trabalho, táticas de resistência operária, e tensões políticas em torno da construção da cidadania. Nestas, a repressão, a violência, litígios judiciais, paralisação, greves e (re)apropriações de benefícios ofertados pela fábrica também se constituíram como práticas recorrentes no cotidiano das lutas sociais em Alagoas e no Brasil. Fernão Velho, que outrora foi um complexo e privado território fabril, é hoje um território de memórias de operários oriundos dos tempos de intensa produção, exploração, sobrevivência e resistência. Entre múltiplas memórias, utiliza-se relatos registrados por meio da metodologia da historia oral, entrecruzando-as com outras memórias que também constituíram elementos de análise nessa tese, entre as quais: fotografias, atas de sindicato, jornais, processos trabalhistas, entre outras. Todas constituem fontes que possibilitam recuperar histórias do cotidiano, do território fabril, do poder, da política, das lutas por direitos e cidadania, da repressão e resistência, da violência, de processos de construção de pertencimentos a categorias sociais e constituição de sujeitos como operários. Possibilitam tecer tramas por entre experiências e memórias do labor fabril no ramo têxtil, assim como dimensões múltiplas da história do trabalho, da cidade, da cultura e ações políticas que configuram a condição humana no passado e no presente. |