Josué de Castro, pensamento e ação: a gênese do plano de segurança alimentar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: de Fátima dos Santos Silva, Mercês
Orientador(a): Veras Soares, Eliane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9480
Resumo: Esta dissertação é uma biografia sociológica que tem como objetivo compreender a obra de Josué de Castro, considerando-a como um manifesto científico-propositivo de sua ação política. Deste modo, busca-se identificar como seu pensamento intelectual-acadêmico o tornou um dos intelectuais políticos mais atuantes na política nacional e internacional a partir do tema-mestre de suas obras: a fome. Temática que se constitui como sua obsessão e que percorre boa parte da sua trajetória de homem da ciência e homem da política. Dada a sua intensa atividade intelectual e política, e à multiplicidade de artigos publicados em diversos idiomas, este estudo toma como principal referência o livro de maior notoriedade, Geografia da Fome (1946). Entende-se que esta obra constitui a primeira tentativa de construção do Plano Político de Segurança Alimentar no Brasil, e que suscitou questões acerca de uma realidade incômoda: a miserabilidade e a exclusão presente na sociedade brasileira. Neste sentido, o presente estudo enfatiza que Josué de Castro é um personagem na teia social de seu tempo, que está indiscutivelmente no palco do pensamento social brasileiro. Entretanto, na hierarquia dos intérpretes brasileiros ele encontra-se no rol dos ―esquecidos‖. Trilhou um caminho inverso dos de sua geração, mas de onde fluiu debates, ações e proposições políticas voltadas para o combate das iniquidades sociais. Assim, dissertar sobre Josué de Castro foi percorrer uma mentalidade de uma época e de um indivíduo que ousou lutar pelo fim da fome. Mais que isso, foi desbravar não apenas sua dimensão intelectual e política, mas encontrar o que há de mais relevante na alma humana: a sensibilidade, a afetividade, sobretudo suas contradições, inconstâncias, alegrias, tristezas, seus eternos duelos entre razão e emoção, vaidade e humildade, amor e ódio, subjetividade e objetividade, próprios de qualquer ser humano, especialmente de quem fez de um tema científico um manifesto político