Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
de Fatima de Andrade Bezerra, Maria |
Orientador(a): |
de Holanda Cavalcanti Andrade, Laise |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1977
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Resumo: |
Os Myxomycetes constituem um grupo de protistas com 870 espécies, distribuídas em microhabitats diversificados. Eles desempenham importante papel entre os decompositores e na cadeia alimentícia da microfauna. As 218 espécies previamente descritas para o Brasil distribuem-se nas cinco regiões do país, mas a mixobiota de muitos estados ainda não foi descrita. No que se refere a Sergipe, a única espécie referida é Perichaena depressa Lib., apesar deste estado possuir condições climáticas e vegetacionais adequadas ao desenvolvimento dos Myxomycetes. Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a distribuição dos Myxomycetes nos Neotrópicos e fornecer as primeiras informações sobre a mixobiota do estado de Sergipe, foi desenvolvido um estudo sobre as espécies de Liceales e Physarales que ocorrem na Estação Ecológica Serra de Itabaiana - EESI (10º 40 52 S e 37º 25 15 W, 4389,76 ha, 180-670m alt.), em diferentes fisionomias vegetacionais. Entre abril de 2002 e dezembro de 2003, foram coletados esporocarpos em 19 excursões (4 dias cada) realizadas em diferentes estações do ano e localidades (Floresta Estacional Decidual, Floresta de Galeria, Campo limpo, Campo sujo e Cerrado); 590 cultivos em câmara-úmida foram preparados com casca de árvores vivas (Anacardiaceae, Apocynaceae, Veloziaceae e dicotiledôneas não identificadas), troncos mortos, liter do chão da Floresta e do Cerrado, folhas mortas ainda presas à planta-mãe (Arecaceae, Bromeliaceae, Veloziaceae), plantas suculentas (Bromeliaceae, Cactaceae) e fezes de coelho brasileiro (Sylvilagus brasiliensis L.) e cavalo (Equus caballus L.). Exsicatas representativas das coleções encontram-se depositadas nos herbários UFP (Universidade Federal de Pernambuco, Recife) e MA-Fungi (Real Jardín Botânico de Madri). Foram obtidas 1213 coleções, entre as quais estão representadas 15 espécies de Liceales e 31 de Physarales, pertencentes às famílias Cribrariaceae (Cribraria, 6 spp.), Didymiaceae (Diachea¸1sp., Diderma, 4spp., Didymium, 2 spp.), Liceaceae (Licea, 1 sp.), Physaraceae (Badhamia, 1 sp., Craterium, 3spp., Fuligo, 1 sp., Physarella, 1 sp., Physarum, 18 spp.) e Reticulariaceae (Lycogala, 3 spp., Reticularia, 1 sp., Tubifera, 4 spp.). Todos os táxons constituem primeira referência para o estado de Sergipe. Os espécimes obtidos em culturas de fezes representam 10 morfoespécies, distribuídas nas famílias Cribrariaceae (4 spp.), Physaraceae (2 spp.), Stemonitaceae (1 sp.) e Trichiaceae (3spp.). Todas estas espécies constituem as primeiras referências sobre mixomicetos coprófilos para o Brasil. Cribraria cancellata (Batsch) Nann.-Bremek., C. microcarpa (Schrad.) Pers., Metatrichia vesparia (Batsch) Nann.-Bremek. e Physarum roseum Berk. & Broome estão sendo referidas pela primeira vez como coprófilas em âmbito mundial. A distribuição de Tubifera dimorphoteca Nann.-Bremek. & Loer. foi ampliada na América do Sul e Comatricha aff. mirabilis R. K. Benj. & Poitras, Diachea silvaepluvialis M.L. Farr, Diderma rugosum (Rex) T. Macbr., Didymium dubium Rostaf. e Physarum pulcherrimum Berk. & Ravenel, estão sendo referidas pela primeira vez para o Brasil. Com base no estudo desenvolvido na EESI, três artigos foram produzidos: o primeiro deles inicia o catálogo descritivo da mixobiota de Sergipe, com as espécies de Liceales registradas nos diferentes ambientes, o segundo trata as Physarales ocorrentes na EESI, com a apresentação de uma espécie ainda não descrita de Physarum e novas ocorrências para Sergipe e Brasil; o terceiro trata do grupo das coprófilas, ainda não explorado no país e que se revelou restrito ao ambiente de cerrado na EESI |