Avaliação das alterações estruturais talâmicas em pacientes com epilepsia do lobo temporal com esclerose hipocampal e suas possíveis associações com déficits de linguagem e a presença de sintomas depressivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Moita, Luanna
Orientador(a): Diniz, Paula Rejane Beserra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16920
Resumo: Introdução: A epilepsia do lobo temporal medial (ELTM) é o tipo de epilepsia mais comum e refratária. Apesar do nome, esta doença não está limitada ao lobo temporal, podendo também afetar o tálamo e interferir em funções cognitivas, como a linguagem. Essas implicações podem estar associadas a presença de sintomas depressivos. Objetivo: Avaliar, através de ressonância magnética quantitativa alterações estruturais do tálamo e as relacionar com variáveis clínicas, com o desempenho na linguagem e com a presença de sintomas depressivos. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo retrospectivo, transversal e analítico por amostra de conveniência. Os dados foram obtidos a partir de um grupo de pacientes atendidos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, no período de novembro de 2008 a 2011. A casuística foi composta por 63 pacientes (37 com lesão à direita), sendo 34 (53,96%) indivíduos do sexo feminino e 29 (46,04%) do sexo masculino, com média de idade de 41 anos (±10,14). O grupo controle foi composto por 91 indivíduos saudáveis sendo 41 (45,05%) do sexo feminino e 50 (54,95%) do sexo masculino, com média de idade de 41 anos (±17,33). Para as análises foram utilizadas medidas quantitativas de ressonância magnética do tálamo (volume, taxa de transferência da magnetização e relaxometria), dados clínicos (frequência de crise, tempo de doença e presença de sintomas depressivos), nível de escolaridade e avaliação da linguagem pelo teste de FAS e TNB. Resultados: Foi encontrado menor volume do tálamo no grupo ELTM Ipsilateral em relação ao Contralateral. Em relação aos controles, houve diferença significativa do volume do tálamo epiléptico no gênero masculino. Houve uma tendência de menor volume do tálamo com maior o tempo de doença. Já a frequência da crise não interferiu nas análises de volume dos pacientes com ELT-EH. A Transferência de Magnetização foi menor nos grupos de pacientes com ELTM Ipsilateral e Contralateral Esquerdos em relação ao Controle Esquerdo. A relaxometria foi maior no tálamo contralateral do paciente em relação ao controle. Não houve correlação da relaxometria com o tempo de doença e a frequência de crise. A doença parece interferir na capacidade de resposta ao teste FAS, visto que 94,6% dos doentes apresentam escores abaixo do esperado, o mesmo não foi observado no teste de TNB. Foi encontrado correlação dos sintomas depressivos com a relaxometria. O tálamo Ipsilateral do grupo com sintomas depressivos apresentou maior tempo de relaxometria que grupo ELTM Ipsilateral sem sintomas depressivos. Conclusão: A epilepsia do lobo temporal altera o volume e a integridade do tálamo, sendo os sintomas depressivos um fator agravante, e tal alteração parece influenciar negativamente na função da linguagem.