Neuromodulação por estimulação não invasiva do sistema nervoso central associada ao exercício físico: Estudo da excitabilidade medular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: LIMA, Mayara Fernanda Campêlo Borba de
Orientador(a): MONTE-SILVA, Kátia Karina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18282
Resumo: O exercício físico e as estimulações não invasivas do sistema nervoso central (SNC) são capazes de promover neuroplasticidade do SNC. Dentre as estimulações não invasivas destaca-se a estimulação transcraniana magnética repetitiva (EMTr) e, mais recentemente, a estimulação transcutânea medular por corrente contínua (ETMCC). O uso associado do exercício físico com a EMT ou com a ETMCC parece modular reflexos medulares. Contudo, não há evidência sistemática quanto aos efeitos da ETMCC sobre a excitabilidade da medula espinal, nem evidência comparativa das associações da ETMCC e da EMTr com o exercício físico. Portanto, essa dissertação apresenta dois artigos originais. O primeiro estudo é uma revisão sistemática com meta-análise que teve por objetivo sumarizar e avaliar o nível de evidência da eficácia da ETMCC em modificar a atividade medular. Dos sete estudos da revisão sistemática, cinco foram incluídos na meta-análise do efeito da ETMCC anódica e quatro na meta-análise do efeito da ETMCC catódica. Não houve efeito significante da ETMCC anódica e catódica, quando comparadas à ETMCC sham. Com isso, o estudo 1 conclui que não há evidência da eficácia da ETMCC em modular a excitabilidade medular. O segundo estudo é um crossover, triplo-cego, sham controlado, randomizado e contrabalanceado realizado com adultos saudáveis. Seu objetivo foi investigar as repercussões, nas excitabilidades medular e cortical, da associação da EMTr e da ETMCC com o exercício físico. Doze voluntários (24,75±2,77) foram submetidos a seis sessões experimentais, intercaladas por um período de 5 a 7 dias. Em cada sessão, um tipo de estimulação não invasiva do SNC (ETMCC anódica, ETMCC catódica, ETMCC sham, EMTr 20 Hz, EMTr1 Hz e EMTr sham) foi isoladamente associado a 20 minutos de exercício físico na esteira (EFE), em intensidade moderada. As repercussões das associações foram investigadas por meio de dois desfechos, avaliados antes (baseline), imediatamente (T0), 30 (T1) e 60 minutos (T2) após as intervenções. A excitabilidade medular (desfecho primário) e a excitabilidade cortical (desfecho secundário) foram mensuradas, respectivamente, por meio do componente doloroso do reflexo de retirada da perna (RIII) e de potenciais evocados motores (PEM). O estudo dois revelou que as intervenções ETMCC catódica/EFE (baseline/T0) e ETMr 20Hz/EFE (baseline/T0) aumentaram a excitabilidade medular, enquanto a aplicação da ETMr 1Hz/EFE (baseline/T2) e da ETMr 20Hz/EFE (baseline/T0, baseline/T1, e baseline/T2 ) aumentaram os níveis de excitabilidade cortical. Com isso, o estudo crossover demonstra que as associações EMTr/EFE e ETMCC/EFE podem interferir na atividade do SNC, mas apenas a ETMr 20Hz/EFE foi capaz de, simultaneamente, modular as excitabilidades cortical e medular. Portanto, a associação de estimulações não invasivas/EFE é capaz de modular o SNC e os efeitos decorrentes parecem depender do tipo de estimulação não invasiva aplicada.