Uma antena parabólica enfiada na lama: ensaio de diálogo complexo com o imaginário do Manguebit

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: LIRA, Paula de Vasconcelos
Orientador(a): PITTA, Danielle Perin da Rocha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17000
Resumo: Uma antena parabólica enfiada na lama é imagem que suscita 6 expressa o processo de criação do mangueBit, fenômeno artístico surgido em Recife, no início da década de noventa. Essa imagem reproduz significados universais, inaugurando especificidades de um grupo de amigos, que encontra na transformação da cidade do Recife estratégia para enfrentar a angústia diante da morte. A Manguetown, Recife, enquanto cidade-feminina do mangue, é o cenário dessa história. Seus personagens são esses amigos que se divertem criando. Percebem a cidade aterrada por invasões equivocadas, decorrentes da expansão urbana, ao mesmo tempo em que consideram a diversidade, fertilidade e riqueza como frutos possíveis da vivência do caos-lama, precursor de sua criatividade. Intencionam a transformação da cidade quando a reconhecem inerente à natureza de seu ecossistema manguezal. Assim, na história que encenam, a Manguetown ressurge eterna, porque também imaginária, como a cidade dos alquimistas. A pesquisa sobre ato de criação do mangueBit focalizou os mitos de origem do grupo, elucidado através das recorrências temáticas encontradas em campo. Reflexões, músicas, shows, entrevistas com os personagens, expressões metafóricas, documentos produzidos pela mídia, outros apenas disponíveis em sites na Internet, demos {fita ou CD para demonstração do trabalho de uma banda), dentre outras, são fontes de onde jorram os recomeços característicos da narrativa mítica. Ancorada no imaginário do grupo e na pesquisa de campo, esbocei etnografia do mangueBit, que desemboca na Cena Pop Recifense. Nesse caminho participei de diálogos presenciando questões relativas aos pares particularuniversal, natureza-cultura, considerados relevantes pelo pensamento da complexidade. Produto e produtor destas interações, sintetizo a compreensão das festas do mangueBit através da amplitude das imagens que transparecem o círculo enquanto arquétipo universal.