Um retorno aos estudos de transe e doença mental nos cultos Afro-Brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: LINS, Fernando Antonio Domingos
Orientador(a): MOTTA, Roberto Mauro Cortez
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17001
Resumo: A partir das relações da Antropologia com a Psiquiatria, psicologia, os primeiros estudos acerca do transe em adeptos dos cultos afro-brasileiros, seguiram uma linha de abordagem psicopatológica considerar a presença entre eles, de manifestações dissociativas da personalidade. Através de uma investigação etnográfica do transe, sua disposição no tempo e dentre os diversos autores que trataram dos cultos africanos no Brasil, procuramos situar a discussão das duas grandes escolas: Psicológica e sociológica. Sem que antes, a aplicação de instrumentos de investigação tivessem um contexto pluridimensional, apenas valendo-se da observação e interpretaçao do caráter subjetivo da manifestação do transe, as proposições, via de regra, eram unilaterais, assim a vasta utilização pela escola psicologizante, dos conceitos sobre "Histeria" como modelo de explicação. Foi com o objetivo de, após retomar os estudos anteriores das relações entre transe e doença mental e a refutação destes pelos autores culturalistas, verificar o âmbito de um diagnóstico pluridimensional dinâmico entre os adeptos do candomblé, que nos utilizamos da "Anamnese médica", instrumento de.pesquisa sem colocações interpretativas e de abrangência longitudinal. Aplicamo-lo numa pesquisa de campo (observação participante) para uma amostragem de cinqüenta (50) adeptos da nação "Xambã" ( "Sei-ta Africana Santa Bãrbara-Iansã") no vale do Beberibe, região do grande Recife. Não comportando interpretações das informações colhidas e fornecendo dardos pela linguagem do próprio informante Tidentificação, antecedentes hereditários de morbidade, pessoais e sociais), a Anamnese, de forma inédita utilizada, permitiu-nos pelos dados longitudinais da vida do adepto, excluir a relação entre transe e doença mental, anteriormente estabeleça no rótulo de "Manifestações dissociativas da personalidade", numa interpretação unilateral e transversal (observação) do momento de transe sem valoração pluridimensional do indivíduo no complexo bio-psico-sõcio-cultural.