Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
LIMA, Leila Britto de Amorim |
Orientador(a): |
LEAL, Telma Ferraz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3985
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Resumo: |
Neste estudo foram analisadas as orientações sobre o ensino dos gêneros discursivos na Base Curricular Comum de Pernambuco e na coleção de livros didáticos de língua portuguesa dos anos iniciais do Ensino Fundamental mais distribuída no estado de Pernambuco: Porta Aberta . Serviram de base para o diálogo teórico a concepção de Bakhtin (2000) sobre a perspectiva dialógica da linguagem e de gênero discursivo, a discussão de Schneuwly e Dolz (2004) em relação ao desdobramento do gênero no processo de ensino/aprendizagem, as contribuições dos pesquisadores como Marinho (2001), Albuquerque (2002) e Silva (2008) acerca de propostas curriculares, além de teóricos como Rojo (2003), Val e Castanheira (2005), Batista (2005), Bezerra (2005), Rangel (2005), Marcuschi e Leal (2009), entre outros que endossam a discussão sobre o livro didático. O aporte metodológico desta pesquisa foi embasado na Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2004). A análise de conteúdo e documental nos permitiu interpretar os significados nos documentos oficiais, ultrapassando uma simples compreensão do real para uma sistematização mais complexa dos dados apresentados. Os resultados revelaram movimentos de aproximações e afastamentos entre os princípios defendidos pelo documento curricular e os pressupostos bakhtinianos de linguagem, assim como entre tais pressupostos e as proposições didáticas dos livros didáticos. No que se refere às aproximações, observamos que, em geral, a coleção Porta Aberta retoma vários princípios apresentados na BCC-PE, sobretudo, no manual do professor. Nesse sentido, constatamos que os princípios orientadores para o ensino de língua materna da BCCPE e o manual do professor da coleção explicitam pressupostos e concepções de base bakhtiniana, embora tenham alguns princípios menos enfatizados. Já em relação aos afastamentos, verificamos que a coleção, ao mesmo tempo em que se aproxima de uma perspectiva de língua como prática social, se distancia, propondo atividades que se pautam nos usos descontextualizados e fragmentados da língua e, portanto, distantes dos princípios defendidos pela BCC-PE. Ainda sobre os encontros e desencontros, outro aspecto observado refere-se às lacunas na indicação dos objetos de ensino, articulando o trabalho com os gêneros e o desenvolvimento de estratégias de leitura/escrita. Nesse movimento, a BCC-PE, embora destaque que um dos aspectos centrais para o ensino da língua é a perspectiva se trabalhar com os gêneros, essa discussão, em geral, não está atrelada às competências propostas para o ensino fundamental e médio. Já a coleção, embora indique objetivos didáticos que retomem as dimensões do gênero, apresenta problemas na formulação das sequências de suas atividades, seja na ênfase em aspectos estruturais do gênero ou em exercícios gramaticais descontextualizados. Dessa forma, pode-se concluir que falta clareza sobre como conduzir um ensino que tenha como referência os gêneros como objeto e instrumento de trabalho para o desenvolvimento da linguagem, tal como defendem Schneuwly e Dolz (2004). Sendo assim, afirmamos a necessidade de investigar a didática do ensino da língua para fomentar discussões voltadas a orientações e elaboração de documentos curriculares, bem como a elaboração e seleção de livros didáticos |