Disfunção temporomandibular, transtornos alimentares e sintomas depressivos em adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: AROUCHA, João Marcílio Coelho Netto Lins
Orientador(a): SOUGEY, Everton Botelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12490
Resumo: As disfunçõess temporomandibulares (DTM), os transtornos alimentares (TA) e a sintomatologia depressiva (SD) podem ser encontrados em adolescentes, entretanto, não há artigos publicados que avaliaram a coexistência dessas condições nessa faixa etária. O objetivo desse estudo foi determinar a prevalência de DTM, TA e SD em uma população de adolescentes, além da coexistência dessas disordens e suas associações. Com essa finalidade, 1342 estudantes de vinte escolas públicas estaduais localizadas na cidade do Recife, com idades entre 10 e 17 anos foram avaliados através de exame clínico e questionários auto-aplicáveis. O Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) foi usado para verificar a presença de DTM, o Eating Attitudes Test – EAT-26 (EAT) para verificar a presença de sintomas de TA, o Bulimic Investigatory Test of Edinburgh (BITE) para identificar sintomas de bulimia or alimentação compulsiva e o Children's Depression Inventory (CDI) para verificar a presença de sintomatologia depressiva. Após análise dos dados, verificou-se que a prevalência de DTM foi de 33.2%. De acordo com o EAT, os sintomas de transtornos alimentares estavam presentes em 29.1% dos adolescentes. De acordo com a escala de sintomas do BITE, 37.2% apresentaram padrão alimentar não usual e 4.5% apresentaram padrão alimentar compulsivo com grande possibilidade de bulimia nervosa, 12,3% tinham gravidade clinicamente significativa e 2.8% um alto grau de intensidade na escala de gravidade do BITE. De acordo com o CDI 17.7% dos adolescentes apresentaram SD. A prevelência de SD foi significativamente maior em adolescentes com TA. Adolescentes com DTM apresentaram uma prevalência mais alta de sintomas de TA de acordo com o EAT e a escala de sintomas do BITE, porém ela foi signifativamente maior apenas de acordo com a escala de severidade do BITE. A prevalência da coexistência de SD e TA de acordo com o EAT e ambas as escalas do BITE em adolescentes foi significativamente maior em adolescentes com DTM. A prevalência da coexistência de sintomas de TA de acordo tanto com o EAT como com o BITE e de SD foi significativamente maior em adolescentes com diagnóstico positivo para o grupo I (desordens musculares). Os resultados desse estudo confirmam que adolescentes com DTM tem maior risco de TA. Atenção especial deve ser dada aos adolescentes com disfunções do grupo I que tem aproximadamente de duas a três vezes -mais chance de apresentar TA, SD e tanto TA como SD. O estudo da comorbidade dessas disordens poderá permitir uma melhor compreensão das suas etiologias e uma abordagem multidisciplinar no tratamento desses pacientes.