Depressão e hábitos de consumo: um estudo cross-cultural entre Brasil e Alemanha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: ALCOFORADO, Daniela Gomes
Orientador(a): MELO, Francisco Vicente Sales
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Administracao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29977
Resumo: A depressão é um transtorno de humor que afeta milhões de pessoas no mundo. Na sociedade atual, viver e consumir estão mais complexamente interdependentes que em outro momento da história da humanidade. Contudo, ainda há muito que se explorar sobre como a depressão afeta o consumo e vice-versa. Neste contexto, o presente estudo analisou a relação entre o transtorno depressivo e os hábitos de consumo a partir de uma pesquisa com indivíduos do Brasil e da Alemanha. O trabalho utilizou-se da perspectiva da Pesquisa Transformativa do Consumidor, onde se busca contribuir para o bem-estar e qualidade de vida daqueles afetados pelo consumo no mundo. Procurou-se, também, entender o papel do consumo hedônico e da cultura no comportamento de consumo do indivíduo depressivo. A pesquisa foi realizada a partir de uma abordagem quantitativa, descritiva e de natureza comparativa cross-cultural com 1627 indivíduos, sendo 868 do Brasil e 759 da Alemanha. Nas análises foram utilizadas técnicas de estatística descritiva e inferenciais, nomeadamente, comparação de médias, análise fatorial e análise de regressão. Verificou-se que há categorias de consumo diretamente relacionadas à depressão, independentemente do país analisado. Os resultados revelaram que, em relação aos alemães, o Brasil possui maior índice de depressão e os alemães consomem mais hedonisticamente. Mulheres, desempregados, bissexuais, além de indivíduos não-religiosos, endividados e de menor escolaridade, possuíram maior tendência depressiva. O consumo hedônico foi utilizado, pelos depressivos, como forma de escape à rotina diária e para esquecer problemas pessoais. Consomem mais hedonisticamente e, principalmente, produtos que dão um retorno prazeroso imediato, mesmo que momentâneo, como cigarros, medicamentos, drogas ilícitas, jogos eletrônicos e comidas não saudáveis. Por outro lado, engajam-se menos em modalidades de entretenimento ou sociabilidade e praticam menos atividades físicas. O estudo contribui com a literatura ao revelar que as pessoas depressivas têm hábitos de consumo e comportamentos específicos, geralmente praticados por conta das características da doença. Por fim, este estudo traz à tona uma investigação que discute as implicações da depressão vis a vis o consumo, almejando, destarte, contribuir para o campo do Comportamento do Consumidor.