Abordagem dialógica do discurso de professoras da educação de jovens e adultos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Maria Elias Ramos, Fátima
Orientador(a): de Arruda Carneiro da Cunha, Dóris
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7363
Resumo: Este trabalho tem como objetivo geral analisar o discurso de professoras da Educação de Jovens e Adultos (EJA) sobre a Proposta de Língua Portuguesa do MEC e da Ação Educativa. Mais especificamente, visa a investigar os modos de retomada do discurso da Proposta; e as concepções de língua, linguagem, leitura e escrita no dizer dessas professoras. Partimos da hipótese de que os modos de retomada-modificação dos enunciados da Proposta pelas docentes revelariam tais concepções, a posição sócio-axiológica sobre o documento e forneceriam subsídios para a formação desse profissional. Para analisar esses discursos, tomamos por base os postulados teóricos de Bakhtin e seu Círculo, e diversos estudos sobre a heterogeneidade enunciativa. O corpus da pesquisa é composto pelos discursos de seis professoras da EJA, gravados em áudio, comentando oralmente a Proposta; entrevistas com cada uma; e relatos escritos por elas sobre sua formação profissional. Na análise dialógica dos discursos, verificamos que aquelas formadas em Letras, Pedagogia e Magistério revelaram em seus comentários alguns saberes e conhecimentos sobre o capítulo da Proposta. Duas outras (uma formada em Pedagogia e com Especialização em Metodologia do Ensino, e outra que concluiu o Logos II, correspondente ao curso Pedagógico) comentam o capítulo da Proposta, de modo sucinto, distanciando-se dos conteúdos dele. As seis professoras, como era de se esperar, acentuam diferentemente os conteúdos da Proposta, sendo linguagem oral, leitura e escrita os tópicos mais acentuados por elas. Verificamos também que as docentes avaliam positivamente o capítulo da Proposta, embora teçam críticas ao seu conteúdo e sugiram reformulações, a fim de melhor aplicá-la na sala de aula da EJA. Em suma, o discurso de cada professora sobre a Proposta retoma outras vozes, mas também constrói seus pontos de vista sobre o ensino de Língua Portuguesa na EJA. Constatamos também a necessidade de conhecimentos sobre as teorias lingüísticas que embasam o ensino-aprendizagem da leitura e da escrita. Esses resultados comprovam a urgência de uma contínua formação do professor da EJA, que lhe ofereça melhores condições de conhecer, compreender, opinar e realizar a prática pedagógica de alfabetizar e letrar