Ecologia alimentar e da contaminação por microplásticos em Rhizoprionodon porosus (Poey, 1861) na costa do estado de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: MELO, Roger Rafael Cavalcanti Bandeira de
Orientador(a): BARLETTA, Mário
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52664
Resumo: Este estudo descreve a ecologia alimentar, a contaminação por microplásticos (MP) e a distribuição espacial de cada fase ontogenética de R. porosus, em função de parâmetros espaço-temporais no litoral leste da América do Sul. Considerando a pesca com redes de emalhe de superfície, a CPUEN (densidade) e CPUEW (biomassa) para todos os indivíduos foram 1,3 ± 0,3 ind.dia-1 e 877 ± 232 g.dia-1. Neonatos (0,9 ± 0,3 ind.dia-1 e 166,8 ± 64 g.dia-1) e jovens (2,3 ± 0,3 ind.dia-1 e 1351,7 ± 129 g.dia-1) foram capturados durante todas as estações, exceto a adultos (0,7 ± 0,3 ind.dia-1 e 1111,8 ± 556,4 g.dia-1) que provavelmente se deslocam para águas abertas adjacentes durante o final da estação seca. A dieta de R. porosus consistiu principalmente de peixes (FO=71,8%). Todas as fases ontogenéticas estavam contaminadas por MP (FO=100%). Entre os detritos plásticos detectados em R. porosus, 91,6% eram microplásticos (< 5 mm) dos quais as fibras azuis contribuíram com 53,7%. As amostras de microplástico foram analisadas por Microscopia Óptica (MO), infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e pela técnica EDS (espectroscopia de raios-X por dispersão de energia) e identificadas como polietileno A relação observada entre a contaminação por microplásticos e o comportamento alimentar de R. porosus pode ser uma evidência de transferência trófica de microplásticos. R. porosus apresenta alta taxa de ingestão de microplástico quando comparado a peixes de níveis tróficos inferiores. Além disso, muitos peixes predados por R. porosus estavam contaminados com microplásticos (por exemplo, Eugerres brasilianus, Harengula clupeola, Rhinosardinia bahiensis, Anchovia clupeoides, Monacanthus ciliatus, Polydactylus virginicus, Trachinocephalus myops, Eucinostomus melanopterus e Lutjanus analis), sugerindo a probabilidade de transferência trófica.