O carnaval na cadência dos sentidos : uma história sobre as representações das folias do Recife entre 1910 e 1940

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Victor Silva, Lucas
Orientador(a): Muniz de Albuquerque Júnior, Durval
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7592
Resumo: Ao analisar o período compreendido entre a realização do Primeiro Congresso Carnavalesco em 1910 e a publicação do Anuário do Carnaval Pernambucano pela Federação Carnavalesca do Recife em 1938, esta pesquisa abordou a emergência de uma nova representação do carnaval do Recife e suas manifestações. Nesta tese, optamos por realizar um inventário sobre as imagens da folia recifense em diversos registros documentais da época: a literatura (real-naturalista, modernista e regionalista e romance de trinta), a imprensa (Diário de Pernambuco, Jornal Pequeno, Jornal do Recife, A Província, Jornal do Commércio e Diário da Manhã), o folclore (Pereira da Costa), a sociologia (Gilberto Freyre), o discurso da Federação Carnavalesca e a música carnavalesca pernambucana. A consulta a este acervo documental permitiu que investigássemos a festa urbana enquanto instrumento das tentativas de instituição de uma nova governamentalidade e de uma nova representação da nacionalidade na ordem republicana e no regime pós-trinta. Neste trabalho, sejam entendidas como folk-lore no final do século XIX, ou como cultura popular a partir da década de 1920, as manifestações populares são tomadas como invenções de eruditos, sujeitos do dispositivo da nacionalidade. Nesta época, o estudo e o registro do carnaval implicaram na idealização de uma certa imagem do povo divulgada como o objetivo de procurar silenciar as reivindicações políticas e controlar a resistência dos grupos urbanos menos abastados do Brasil Republicano. A imagem carnavalizada do país serviu, portanto, a busca da naturalização das hierarquias sociais e da demonstração da coesão nacional e da unidade do repertório cultural do país e do Recife