Estudo dos fungos em sistema de abastecimento de água suprido por poços do Recife, Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Helena Maria Bezerra de
Orientador(a): GUSMÃO, Norma Buarque de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29220
Resumo: Várias questões em potencial associadas aos fungos em água de consumo incluem obstruções da canalização, alterações como odor, sabor, pigmentos, formação de biofilmes, disseminação de fungos patogênicos e produção de micotoxinas. A legislação brasileira, assim como a de outros países, não determina a pesquisa de fungos, nem estabelece limites para a presença destes na água de abastecimento. Este trabalho aborda ocorrência de fungos filamentosos nas águas e em biofilmes formados nos reservatórios de um sistema de abastecimento suprido por poços em Recife-PE. Para formação e detecção in situ dos biofilmes, amostradores foram imersos na água nos pontos de coleta e foram usados reatores no laboratório. Foram estabelecidos pontos estratégicos de amostragem representados pelo reservatório da Estação de Tratamento de água, reservatórios do Restaurante Universitário, Núcleo de Educação Física e Hospital das Clínicas. Amostras de água foram coletadas bimestralmente em dois diferentes períodos de setembro de 2013 a março de 2014 e janeiro a julho de 2015. Os Fungos foram quantificados por filtração em membrana, utilizando os meios R2A e SDA suplementados com antibióticos, a 30 °C até 10 dias. Os fungos foram detectados em todos os pontos de amostragem. As contagens variaram de 5 to 207 unidades formadoras de colônias (UFC)/100 mL, com uma média de 53 UFC/100 mL por ponto. Entre os 859 fungos identificados, os gêneros mais abundantes foram Aspergillus (37%), Penicillium (25%), Trichoderma e Fusarium (9 % cada) e Curvularia (5%). Acremonium, Cladosporium, Cunninghamella, Humicola e Leptodontium representaram 1% e os demais menos que 1%. Dentre os Aspergillus, foram isoladas espécies produtoras de toxinas e potencialmente patogências como Aspergillus flavus e Aspergillus fumigatus, este último ocorreu nos reservatórios da Estação de Tratamento, Restaurante Universitário e Hospital das Clínicas. Por sua importância clínica Aspergilus fumigatus foi testado quanto a sua capacidade de formar biofilmes mono e multi espécie (com P. brevicompactum e P.reactans) no laboratório, em placas multipoços, e em reator que simula as condições hidráulicas do sistema de água. A espécie Penicillium citrinum foi a mais abundante no gênero. A detecção in situ dos fungos nos biofilmes foi realizada com o uso de técnicas de fluorescência e moleculares como: fluorocromos específicos, hibridização in situ com sondas DNA-FISH e PNA-FISH e microscopia de epifluorescência. Os biofilmes foram detectados principalmente no reservatório da Estação de Tratamento e Educação Física. Os fungos filamentosos não foram visualizados por epifluorescência nos biofilmes dos amostradores (placas PVC) analisados do reservatório do Hospital das Clínicas onde se faz desinfecção suplementar. Aspergillus fumigatus mostrou potencial para formar biofilmes monoespécie em reatores nas condições parecidas com a do sistema. Os testes abriram novos tópicos para serem testados e ajustados nos ensaios nos reatores. Considerando os resultados obtidos neste trabalho evidencia-se que as os reservatórios são pontos de vulnerabilidade onde a água é exposta ao risco de degradação da qualidade. Logo uma maior atenção deve ser dada à presença desses organismos na água de abastecimento e aos reservatórios onde a água fica exposta a riscos de degradação da qualidade.