Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Maria de Aquino Silva, Ana |
Orientador(a): |
De Conti, Luciane |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8012
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Resumo: |
As narrativas surgem para ordenar a experiência alterada por uma ruptura no seu estado normal ou canônico. Uma vez que o câncer pode ser considerado uma experiência excepcional e que remete à possibilidade de morte, partimos do princípio de que crianças que se encontram frente a esta realidade constroem narrativas para tentar explicar o que acontece com elas. A partir disso surgiu o interesse de estudar a seguinte faceta da criança doente e sua relação com a morte: as construções de significados. Para tanto optamos por fazer uso da narrativa a fim de adentrarmos no processo de construção de significados. A questão norteadora de nosso estudo foi: crianças com um maior tempo de tratamento e, consequentemente, um maior tempo com uma vida alterada pela doença, apresentariam em suas narrativas característica(s) que as distinguiriam das narrativas das crianças com menos tempo de tratamento? Desta forma, o objetivo deste estudo foi investigar como ocorrem as construções de significados acerca do adoecimento e da morte nas narrativas de crianças com câncer em etapas distintas do tratamento oncológico. Para atingir esse objetivo sessões de brincadeira foram realizadas com seis crianças em tratamento oncológico, 3 crianças em início de tratamento (0-6 meses de tratamento), e 3 crianças com 1-2 anos de tratamento. As sessões de brincadeira foram filmadas e posteriormente transcritas. O material transcrito das sessões foi inicialmente analisado de acordo com seu tema. Em um segundo momento, categorizamos esse material como sendo narrativa ou não. Em seguida, das narrativas identificadas, selecionamos aquelas que remetiam ao foco de nosso estudo: adoecimento e morte, e realizamos a análise da enunciação destas. A análise dos dados demonstrou que as crianças com um maior tempo de tratamento apresentam a tendência de finalizar suas narrativas com a morte de seus personagens e que as crianças com menos tempo de tratamento tendem a apresentar narrativas que relacionam a quimioterapia ao mal-estar que ela ocasiona, assim como narrativas que relacionam a sua doença a uma constante monitoração com as taxas relativas à imunidade. Esses resultados apontam para a necessidade de uma maior atenção à forma como as crianças falam do seu adoecimento e da subsequente possibilidade de morte no decorrer do tratamento oncológico, a fim de que possamos atentar para a diversidade dos momentos de tratamento, compreendendo que esses configuram diferentes relações da criança para com sua doença e a morte |