Narrativas sobre um corpo marcado: A produção de significados por crianças amputadas acerca da sua imagem corporal.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Maria Natália Santos da
Orientador(a): De Conti, Luciane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10452
Resumo: A imagem corporal envolve todas as formas pelas quais o indivíduo vivencia, percebe e define seu próprio corpo, englobando aspectos cognitivos, emocionais e sociais. Sendo assim, a imagem corporal vai além da percepção corporal, pois integra também a experiência do indivíduo com aquele corpo, podendo então adquirir um significado próprio a partir de quem a vivencia. Nesta direção, crianças com amputações congênita e adquirida, apesar de terem constituído suas imagens corporais a partir de etiologias distintas, compartilham de dificuldades e estigmas semelhantes impostos pelas limitações decorrentes da amputação. Assim, torna-se relevante que o indivíduo narre sua experiência enquanto sujeito amputado, pois no ato de narrar ele não só organiza esta experiência, como também a interpreta, construindo, consequentemente, um significado próprio acerca de sua imagem corporal. Desta forma, o objetivo do estudo foi identificar como ocorrem as construções de significados acerca da imagem corporal em crianças amputadas. Para atingir este objetivo foram realizados quatro momentos com quatro crianças amputadas (uma congênita e três adquiridas). Esses momentos foram filmados e transcritos. Estas transcrições inicialmente foram submetidas à análise temática. Em seguida, identificamos as narrativas, selecionamos aquelas que remetiam à imagem corporal e realizamos a análise da enunciação destas. A análise dos dados mostrou que a etiologia da amputação não representa um fator determinante para diferentes construções de significados acerca da imagem corporal, pois tanto crianças com amputação adquirida, como a com amputação congênita interpretaram o olhar do outro como a principal forma de preconceito, elegendo este como uma das dificuldades/limitações impostas pela amputação.Em comum também representaram a participação em atividades úteis e prazerosas como uma estratégia para superar este preconceito e sentirem-se iguais a qualquer outra criança, incluída na sociedade.Em contrapartida, divergiram quanto à significação da prótese, do apoio da família na recuperação/superação e quanto à possível aceitação/negação da amputação.Estes resultados apontam para a necessidade de acompanhamento, atenção e escuta das crianças, independente de qual seja a etiologia da amputação, atentando para a singularidade da construção de significados de cada uma, uma vez que, ao tomar conhecimento destes, é possível encontrar respostas que orientam melhor a prática do profissional.