Toxicidade aguda e avaliação do sal de potássio do ácido úsnico sobre estágios evolutivos do Schistosoma mansoni e do seu hospedeiro intermediário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: ARAÚJO, Hallysson Douglas Andrade de
Orientador(a): LIMA, Vera Lúcia de Menezes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/42416
Resumo: A existência apenas do praziquantel e do niclosamida para o tratamento da esquistossomose e controle dos hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni incentiva a busca por novos agentes esquistossomicidas e moluscicidas. O presente estudo avaliou os efeitos do sal de potássio derivado do ácido úsnico (SP-AU) sobre os estágios evolutivas da Biomphalaria glabrata (blástula (E1), gástrula (E2), trocofora (E3), véliger (E4) e hippo stage (E5)) e S. mansoni linhagem BH, (cercárias (S1), esquistossômulos (S2), vermes jovens (S3) e vermes adultos (S4)), também foi avaliada a toxicidade aguda do SP-AU em modelo murino. O ácido úsnico foi extraído e purificado do líquen Cladonia substellata e modificado em SP-AU. A molécula do SP-AU foi confirmada por RMN de 1H e 13C, IV e análise elementar. Em relação a embriotoxicidade as concentrações 3 e 5 μg/mL do SP-AU provocaram 26 e 49% de inviabilidade no estágio E1, enquanto 2 e 3 μg/mL obtiveram percentuais semelhantes em E2. Os embriões em E3, E4 e E5 também foram afetados, em 2,5 μg/mL foram necessários para causar 27, 26 e 46% de malformações ou morte, respectivamente. Os 100% de letalidade dos embriões E1 a E5 foram observados nas concentrações 6,0, 4,0, 4,5, 4,5 e 4,0 μg/mL, respectivamente. Enquanto, para S1 após 2 h de exposição em 2,41 μg/mL do SP-AU 90% estavam mortas. A exposição dos vermes S2, S3 e S4 ao SP-AU foi observado uma motilidade reduzida, inviabilidade celular, diversificados danos tegumentares e letalidade após 24 h de exposição em 12,5, 200 e 100 μM respectivamente. Os S4 expostos às concentrações subletais 50, 25 e 12,5 μM, nos intervalos de 24 a 120 h não evidênciaram presença de ovos e as mortes foram dose tempo resposta. Em relação a toxicidade aguda o SP- AU em 500 mg/kg não ocasionou alterações homeostáticas. Enquanto, o consumo de alimentos e água diminuiu com os tratamentos de 1000 e 2000 mg/kg, seguidos de leucócitos e transaminases hepáticas aumentados e diminuição do colesterol e triglicérides para ambos tratamentos. Alterações histológicas do fígado e rim incluindo mortes foram detectadas apenas em 2000 mg/kg. Alterações morfológicas e mortes dos embriões da B. glabrata e vermes de S. mansoni reforça que o SP-AU é um promissor agente moluscicida e esquistossomicida, atuando assim no controle da esquistossomose mansônica, além disto, sendo considerado levemente tóxico em modelo murino quando administrado por via oral de acordo com os parâmetros internacionais.