Cefaleia pós-punição dural: características clínicas e critérios para o diagnóstico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: AMORIM, Jane Auxiliadora
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12781
Resumo: Justificativa e objetivos: Os critérios diagnósticos de cefaleia pós-punção dural (CPPD) estabelecidos pela International Classification of Headache Disorders (ICHD-II, 2004), afirmam que a cefaleia postural aparece até o quinto dia após a punção e desaparece espontaneamente dentro de uma semana, ou até 48 horas após um tampão sangüíneo peridural ser realizado e deve ser acompanhada de pelo menos um dos seguintes sintomas: rigidez de nuca, zumbido, hipoacusia, fotofobia e náuseas. Neste estudo foram avaliadas as características clínicas da CPPD e a validade desses critérios diagnósticos da (ICHD-II, 2004). Métodos: Durante o período de um ano, foram acompanhados 640 pacientes (332 mulheres e 308 homens), com idade entre 8 e 65 anos, submetidos à punção da duramáter/ aracnoide para raquianestesia, com agulhas tipo Quincke, 25G (n=239) e 27G (n=401). Cefaleia postural, i.e., a dor piora ou surge após o indivíduo sentar-se ou ficar de pé e alivia ou desaparece após deitar-se, foi investigada por um único pesquisador, por meio de visitas diárias aos pacientes e/ou contato telefônico até o sétimo dia após a anestesia. Nos pacientes que apresentaram cefaleia com essas características foram avaliados: (1) o período de latência entre a punção e o aparecimento da cefaleia; (2) a localização e intensidade da dor; (3) a presença de sintoma (s) acompanhante (s); e (4) o tempo de duração. Os procedimentos de estatística descritiva empregados foram medidas de tendência central: média, dispersão (desvio-padrão e amplitude de variação) e distribuição de frequências. O teste do quiquadrado foi aplicado e considerado estatisticamente significativo quando p < 0,05. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e o consentimento livre e esclarecido foi obtido dos pacientes ou de seus responsáveis legais. Resultados: 48 pacientes (7,5%) apresentaram cefaleia postural. O período de latência variou de 6 a 72 horas (24,0±16,8 horas) e o tempo de duração de 3 a 15 dias (4±2 dias). A dor foi referida nas regiões: occipital em 26 (54%) pacientes, frontal em 19 (40%) e holocraniana em 3 (6%). Em 85% dos pacientes a intensidade da cefaleia, nas primeiras 24 horas, foi moderada ou forte. Um ou mais de um sintoma acompanharam a cefaleia postural em 34 (70,8%) pacientes, em contrapartida 14 (29,2%) não apresentaram sintoma (s) acompanhante (s). Conclusões: Os resultados deste estudo não estão em concordância com os critérios diagnósticos da ICHD-II em dois aspectos: (1) que a cefaleia postural deve ser acompanhada de pelo menos um dos sintomas acompanhantes descritos na classificação; e (2) na resolução espontânea da cefaleia em uma semana. Em raras situações, a CPPD pode persistir além do período estabelecido, desde que 9 Amorim JA Cefaleia pós-punção dural: características clínicas e critérios para o diagnóstico os exames de neuroimagem mostrem ausência de lesão expansiva intracraniana e o exame do líquido cerefalorraquidiano ausência de infecção ou hemorragia. Foram sugeridas algumas modificações nos critérios diagnósticos de CPPD da ICHD-II, 2004.