Representações sociais, valores morais, bússolas morais, hipercultura e segurança pública: um estudo com criminosos, policiais e cidadãos comuns na região metropolitana do Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: ROCHA, Sabrina Araújo Feitoza Fernandes
Orientador(a): SOUZA, Bruno Campello de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15521
Resumo: A Segurança Pública é um fenômeno complexo de grande importância social, envolvendo a criminalidade e violência, o policiamento utilizado para controlá-las e ações de prevenção. Todos os segmentos da sociedade estão envolvidos nela, podendo se classificar os seus agentes nos seguintes grandes grupos: policiais, criminosos e demais cidadãos. No caso brasileiro em particular, os policiais subdividem-se principalmente em civis e militares, cada um com o seu papel, embora existam ainda outras modalidades com efetivo menor. A dinâmica do sistema de segurança é dada principalmente pelo comportamento e interação entre esses agentes. Segundo Moscovici (1978), as pessoas constroem seu conhecimento acerca do mundo, e com ele interagem, em função de imagens e ideias construídas nas práticas sociais através das comunicações cotidianas, sendo esta a noção de Representação Social. Partindo dessa premissa, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as representações sociais dos agentes do sistema de Segurança Pública acerca uns dos outros, relacionando-os com os diversos elementos psicológicos, sociais e culturais característicos de cada um. Para tanto, foi realizado um estudo empírico com 120 adultos da região Metropolitana do Recife, sendo 30 cidadãos comuns, 30 policiais civis, 30 policiais militares e 30 criminosos condenados, onde se procurou avaliar as representações sociais que eles tem de si mesmos e uns dos outros, além de sua sociodemografia, bússolas morais, valores morais (Schwartz, 2006) e hipercultura (Souza, Silva, Silva, Roazzi& Carrilho, 2012). Foram usados como instrumentos de pesquisa um questionário especialmente preparado contendo perguntas sobre sexo, idade, escolaridade, renda, bússolas morais e atitudes em relação à criminalidade, bem como o Questionário de Valores Humanos Básicos (Schwartz, 2006) e a escala de Hipercultura (Souza, Silva, Silva, Roazzi& Carrilho, 2012). As representações sociais foram avaliadas em função de um instrumento de avaliação especialmente desenvolvido, baseado na associação de 14 palavras descritivas a cada grupo. A partir de análises estatísticas dos dados coletados, evidenciou-se que: (a) existe um perfil sociodemográfico, moral e hipercultual específico para cidadãos, policiais civis, policiais militares e criminosos, (b) o instrumento de associação de palavras mostrou-se capaz de gerar indicadores estatisticamente consistentes e capazes de avaliar as representações sociais dos grupos acerca uns dos outros, (c) cada grupo tem suas representações sociais específicas de si mesmo e de cada um dos quatro grupos, (d) parece haver uma clara relação entre as representações sociais e as diversas medidas psicossocioculturais. Esses achados apresentam implicações importantes para a compreensão da dinâmica social da Segurança Pública e suas eventuais causas, bem como para a elaboração de políticas públicas mais eficazes.