Câncer e deformidade facial: estigmas da diferença que causam sofrimento e dificultam o convívio social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Sedycias de Queiroz, Michellini
Orientador(a): Orestes Cardoso, Silvana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8697
Resumo: Ser portador de uma marca corporal depreciativa contribui para a estruturação de um esteriótipo, onde o estigmatizado, adequando-se ao que lhe é atribuído, sofre com a perda de sua própria identidade. Objetivo. Identificar as representações simbólicas referentes ao estigma em pacientes com câncer de cabeça e pescoço e deformidades faciais visíveis por onco-cirurgias. Metodologia. Estudo qualitativo, realizado no Hospital de Câncer de Pernambuco, no período de janeiro a maio de 2009. Resultados. A amostra constituiu-se de 30 indivíduos predominantemente do sexo masculino (53,3%), na faixa etária entre 41 e 50 anos de idade (23,3%), agricultores (40,0%) e com pouca escolaridade (46,6%). Em relação ao estigma dos pacientes por terem adoecido de câncer, identificou-se que eles consideravam a doença misteriosa e difícil de ser curada. Diferentes estratégias de enfrentamento da doença foram observadas em ambos os sexos a exemplo de: barganha com o divino, negar, esconder ou relativizar a gravidade do estado de saúde. Para o estigma frente à deformidade facial, este foi simbolizado como sinônimo de feiúra. Quanto à estigmatização percebido em familiares e amigos, a maioria dos homens interpretava os comportamentos como reveladores de apoio e suporte emocional. Já as mulheres demonstraram muito mais sensibilidade e perspicácia para identificarem comportamentos de estigma do tipo: pacto de silêncio ou verbalizações de pensamentos excessivamente altruístas imcompatíveis com o quadro clínico do doente. Para os estigmas observados em conhecidos e pessoas estranhas predominou o incômodo causado pelo olhar insistente, a compaixão e a curiosidade alheias. Conclusão: Superar comportamentos estigmatizadores representa um desafio considerável na sociedade estimulada pelas indústrias da beleza e da moda. Esforços serão precisos para se resgatar os valores éticos de igualdade, fraternidade, solidariedade e compaixão frente aqueles que apresentam diferenças indesejáveis