Efeitos da infecção esquistossomótica na imunidade de camundongos portadores de carcinoma de Ehrlich e dos seus descendentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SILVA, Maria da Conceição
Orientador(a): SOUZA, Valdênia Maria Oliveira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/43154
Resumo: Schistosoma mansoni é capaz de modular negativamente a imunidade para antígenos homólogos e heterólogos no hospedeiro. No contexto de câncer, nos modelos experimentais de infecção ou o uso de antígenos de S. mansoni são capazes de conter o desenvolvimento tumoral, porém pouco é sabido sobre o perfil de ativação das células do sistema imune. Na relação materno-fetal, em modelos murinos, a amamentação em mães esquistossomóticas, potencializou a imunidade humoral dos descendentes adultos, com melhora da capacidade de apresentação das células apresentadoras de antígenos (APCs), frente a ovalbumina. Enquanto, a gestação levou há um ambiente imunossupressor anti-ovalbumina via IL-10. Contudo, não é sabido qual o efeito da amamentação ou gestação em mães infectadas no desenvolvimento tumoral e ativação celular. Sendo assim, neste estudo, nós avaliamos em camundongos esquistossomóticos (INFECTADO-CE) ou em descendentes nascidos (MI), amamentados (AI), nascidos e amamentados em mães infectadas (MIAI) ou nascidos e amamentados em mães não infectadas (CONTROLE-CE) portadores do carcinoma de Ehrlich: a curva de sobrevida, peso corporal e tumoral, a produção de citocinas e anticorpos, além da frequência de linfócitos T CD4+ ou CD8+ expressando CD28, CTLA-4 ou CD40L, linfócitos B CD19+ expressando CD80, CD86 ou CD1d e macrófagos M1-CD16/CD32+ e M2-CD206+. Em comparação ao grupo CONTROLE-CE, os camundongos esquistossomóticos (INFECTADO- CE) demonstraram uma maior sobrevida, menor peso tumoral, alta frequência de linfócitos TCD8+, menor frequência de linfócitos T CD4+ ou CD8+ expressando CD28+, CD40L+ e CTLA-4+, maior frequência das células CD19+/ CD80+ ou CD86+ e altos títulos de IgG total e IgG1 antígeno específica. Além de menor frequência de macrófagos M2 e menor produção de IFN-γ, IL-10, TGF-β e NO. Com relação aos descendentes, aqueles que foram apenas amamentados (AI) demonstraram uma maior sobrevida, menor peso tumoral, alta frequência de linfócitos TCD4+ ou CD8+, menor frequência de células CD8+/CD28+, maior frequência de células CD4+CTLA-4+ e CD19+/CD80+. Além disso, os grupos AI e MIAI apresentaram maior frequência de células CD8+/CTLA-4+ e CD40L+ com predominância do fenótipo M1 e menor produção de TGF-β, sob estímulo antigênico. Diferentemente, o grupo MI cursou com maior frequência de M2 e alta produção de IL-10. O grupo MIAI apresentou uma menor frequência de CD19+/CD86+ e maior produção de IFN-γ. Em suma, o contato com produtos parasitários pela infecção ou amamentação em mães infectadas levou há um retardo no desenvolvimento tumoral, com melhor resposta dos linfócitos TCD8+, B ou macrófagos classicamente ativados, enquanto à gestação levou a um microambiente imunossupressor, cursando com uma menor sobrevida.