Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Whodson Robson da |
Orientador(a): |
FIALHO, Vânia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Antropologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37614
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Resumo: |
O presente trabalho busca problematizar o campo sociopolítico em que se dá a instalação da Central Nuclear do Nordeste em Itacuruba, Sertão de Pernambuco – Brasil. Nossa análise considera o lugar que os povos tradicionais ocupam nessa arena de conflitos socioambientais, já que estes, reconhecidos como grupos étnicos, dispõem de instrumentos normativos, regulatórios e recomendatórios que impõem a necessidade de consulta prévia e informada sobre os interesses nas áreas a serem ocupadas e atingidas pelo empreendimento. O município em que se situam as seis populações tradicionais estudadas, fora inundado para a construção da Usina Hidrelétrica de Itaparica, em 1988, e reconstruído para abrigar todo o coletivo realocado compulsoriamente pelo empreendimento. Em 2019, o Estado brasileiro confirma que na “nova” Itacuruba se instalará um complexo energético com envergadura para 06 reatores nucleares e capacidade total de 6.600 MWe. A projeção de uma central nuclear no Nordeste brasileiro não é um fato isolado e localizado, pelo contrário, envolve uma série de elementos, atores, instituições e conflitos que permeiam diferentes níveis e contextos de poder, do local ao global. O cenário atual aponta para a consolidação de uma política nuclear que a apresenta como a fonte de energia do futuro, considerando fatores como a importância militar da tecnologia nuclear e a sua sofisticação. Tais parâmetros explicam a consolidação de um setor nuclear no país e a preferência por essa fonte energética. Diante desse contexto, os povos tradicionais de Itacuruba têm elencado uma série de enfrentamentos no intuito de assegurar a proteção de suas territorialidades específicas frente à instalação do complexo nuclear no Rio São Francisco, configurando um repertório de ações coletivas e confrontos políticos na região do Sertão pernambucano. A opção metodológica de entender tal questão a partir dos povos tradicionais foi, justamente, a possibilidade de elencar uma construção argumentativa que não faça tábula rasa diante do projeto da Central Nuclear do Nordeste. E, nessa direção, fazer uma análise cientificamente consistente é considerar que as questões sociais e ambientais no entorno deste megaprojeto deve estar em pé de igualdade com fatores técnicos e econômicos no próprio processo de planejamento. A pesquisa seguiu na direção de problematizar um campo social em que é possível visualizar o acirramento de políticas governamentais que impulsionam a implantação de megaprojetos, ameaçam os direitos conquistados dos povos e comunidades tradicionais e impactam o meio ambiente em escalas sem precedentes. |